Uma insatisfação
exacerbada, sem problema expressivo, constitui-se a mais nova doença de fundo
neurótico a acometer as pessoas nos últimos anos. A maioria
delas reclama com acinte de alguma coisa que não está cem por cento em sua
vida. Um observador de fora (por tudo que vê ou ouve), a princípio, conclui que
o mundo logo virá abaixo. Mais tarde, todavia, ele constata que o mundo
continua como o de antes e que as pessoas, sim, mudaram para pior. A
insatisfação que as domina psicologicamente advém de um excesso de
sensibilidade (que previra Nietzsche há um século e pico).
Um comentário:
Froilam, discordarei. A insatisfação das pessoas não provém de excesso algum, muito pelo contrário, provém de uma total ausência, ausência de tudo, o homem está vazio: não há sensibilidade, não há pensamento, não há ideais, e, consequentemente, não há sentido para a vida. Se não há um sentido, não pode haver satisfação.
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