sábado, 23 de maio de 2015

PERDE E GANHA (NÃO NECESSARIAMENTE NESSA ORDEM)



O ato de pensar tem como consequência mais indesejável o afastamento do pensador das pessoas que o cercam cotidianamente. De uma forma diversa da arte, que aproxima sujeito e objeto, o conhecimento racional (filosófico ou científico) exige como que um distanciamento entre um e outro. Ao fazer uma análise da própria sociedade a que pertence, o sujeito se coloca diante de um trade-off, constituído pelo objetivo de estudar com imparcialidade um determinado fato social, por exemplo, e pela resistência que terá das pessoas envolvidas direta ou indiretamente. O ganho por conseguir ser verdadeiro é pequeno diante da perda real, considerando-se a antipatia, o despeito, entre outras reações que sobem repentinamente do fundo abissal da alma humana.
(Numa próxima oportunidade, digo, parágrafo, explicarei como isso vem ocorrendo comigo em Santiago, ao analisar o apego conservador ao paradigma cristão e a tendência pós-moderna de segui-lo doravante.)

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