O ato de pensar tem
como consequência mais indesejável o afastamento do pensador das pessoas que o
cercam cotidianamente. De uma forma diversa da arte, que aproxima sujeito e
objeto, o conhecimento racional (filosófico ou científico) exige como que um
distanciamento entre um e outro. Ao fazer uma análise da própria sociedade a
que pertence, o sujeito se coloca diante de um trade-off, constituído pelo objetivo de estudar com imparcialidade
um determinado fato social, por exemplo, e pela resistência que terá das
pessoas envolvidas direta ou indiretamente. O ganho por conseguir ser
verdadeiro é pequeno diante da perda real, considerando-se a antipatia, o
despeito, entre outras reações que sobem repentinamente do fundo abissal da
alma humana.
(Numa próxima oportunidade, digo, parágrafo, explicarei como isso vem ocorrendo comigo em Santiago,
ao analisar o apego conservador ao paradigma cristão e a tendência
pós-moderna de segui-lo doravante.)
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