O crente, aquele que segue determinada religião, que crê em
determinado deus, considera sua fé como algo mais importante que o conhecimento
racional. Ele chega a abominar o conhecimento da evolução da vida em nosso
planeta, na medida em que essa evolução desmitifica sua crença na criação. Cito
o evolucionismo (descoberto por Charles Darwin), mas poderia tomar outro exemplo,
como o heliocentrismo. Antes de Nicolau Copérnico o haver provado
matematicamente, todos os cristãos, o papa inclusive, acreditavam que a Terra
era o centro do Universo – em torno do qual giravam os demais corpos celestes.
A fé no geocentrismo era inquestionável até o ano de 1543, como o é o
criacionismo (mesmo) 156 anos depois da publicação de A origem das espécies. A
fé de 500 anos atrás num deus criador e a de hoje são exatamente da mesma
intensidade. A principal qualidade da fé é de ser relativamente atemporal. Os
egípcios, os gregos, os vikings, os guaranis, todos os povos/ civilizações
viviam a fé num deus (caso do Egito da época de Akhenaton) ou deuses. Essa fé
não era menor ou mais equivocada que a judaico-cristã. Os deuses dos povos/
civilizações acima citados desapareceram nas brumas do tempo, assim que deixou
de existir a religião que professava suas divindades. O judaísmo e o
cristianismo ainda vigem. Eis a diferença. Os dogmas e crenças que
transformaram o deus Jeová num deus único, a ponto de eclipsar o próprio nome,
resistem a todo conhecimento desmistificador.
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