No estudo de como o homem se comporta no trânsito, aproveito todas as
oportunidades para melhor conhecer o sujeito da ação de dirigir. A princípio,
ele se caracteriza por comportamentos que redundam desde a observância moral à
transgressão irresponsável, da normalidade à loucura.
Em Santiago, os
motoristas se dividem em diurnos e notívagos. À luz do Sol, alguns deles chegam
a ser educados, outros ainda “barbeiros”. Depois da meia-noite, os ases do
volante despertam, predispostos ao suicídio. Menos mal que são poucos.
Ao
viajar até Curitiba (semana passada), constatei uma melhora significativa do
gaúcho nas rodovias. Raras vezes, anotei ultrapassagens em local não permitido.
Outras vezes, velocidade alta. Penso que essa transgressão será a última a ser
coibida. O prazer propiciado por ela é pulsional.
Nenhum dado negativo em
Santa Catarina, ao longo da BR153 ou dentro da cidade de Concórdia (onde dirigi
à noite, procurando hospedagem).
Ao entrar no Paraná, percebi que a
polícia se faz mais presente (blitz, teste do bafômetro, leitura dos documentos
de todos os viajantes). Próximo à capital, o fluxo de veículos se intensifica
assustadoramente. A altíssima velocidade só diminui em frente aos controles
eletrônicos. Placas de 60 e 80 km/h são inúteis. Ao obedecê-las, ouvi buzina de
reclamação (ou de troça). O certo andando errado.
Em Curitiba, ainda de dia,
repete-se o que ocorre à noite em Santiago: mudança brusca de faixa, disputa
emulativa e o escambau. Muitos automóveis rodando amassados. Uma carreta
tombada e uma moto dentro de um riacho, os dois acidentes dentro do perímetro
de Curitiba.
A BR101 é um excelente laboratório para ampliar meu conhecimento,
descendo a Serra do Mar com chuva até Itajaí (onde fui ver um amigo). À exceção
de alguns caminhoneiros, corre-se menos perigosamente sobre a pista com sentido
exclusivo. (Cont.)
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