A maneira mais ou menos semelhante de as pessoas se vestirem - em determinado tempo e lugar - constitui a moda, a qual representa, desde sempre, um fator de agregação social. Nos últimos anos, todavia, ela involui do igualitário para o tendencioso, individualizante.
No Bom Retiro, nas décadas de sessenta e setenta, os pais compravam o tecido na cidade, e as mães costuravam as roupas, que vestiam os filhos. Às vezes, coincidia a compra do mesmo tecido entre duas ou três famílias, uniformizando a criançada, que rumava feliz para a Festa de Março. As crianças que iam da cidade, mais espertas, apontavam o dedo e riam dos simplórios, cascas-grossas, usando camisas, calças ou vestidos iguais. No campo, a moda não era vista como tal, determinada pela escassez da oferta e igual condição da procura (por motivo econômico).
Neste ano, o modismo é a confecção de diferentes peças com o mesmo tecido. Isso pode ser visto nas butiques mais chiques de Santiago.
Obviamente, essas peças feitas com o mesmo tecido se destinam a um único usuário. Nada é mais escandaloso no universo feminino que duas mulheres com vestes iguais.
O modismo, mais que agregar socialmente, denuncia o individualismo radical, que passa a caracterizar a moral pós-moderna.
O modismo, mais que agregar socialmente, denuncia o individualismo radical, que passa a caracterizar a moral pós-moderna.
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