Desde a revolução copernicana (iniciada em 1543, com a publicação do livro
De Revolutionibus Orbium Coelestium),
passando pelo racionalismo (Descartes e Spinoza), pelo empirismo (Bacon e Humes), pelo
iluminismo (Rousseau e Voltaire), pelo criticismo (Kant), por Feuerbach, por
Darwin (e pós-darwinistas), por Marx, por Nietzsche, por Freud, entre outras
expressões filosóficas ou científicas, a cultura ocidental passa por um
processo de laicização, que avançou significativamente no século XX.
Todas as religiões, com maior evidência o Cristianismo, sofrem um declínio
inexorável, ainda não bem aceito na América, em razão de uma febril reação evangelística.
Na Europa, segundo o filósofo Luc Ferry, as pessoas já não mais acreditam na
infalibilidade do papa, na alma imortal, na ressurreição (menos ainda), no deus
bíblico etc. As duas Guerras Mundiais acabaram de matar o deus cristão, confirmando-se
o que Nietzsche expressara anteriormente. Duas revoluções foram decisivas para
o processo: a Revolução Francesa, que instituiu o estado laico, e a Revolução
Russa, que apostou numa utopia substituta. O marxismo prestou-se para uma dupla
função histórica: desmentir o paraíso celeste e criar a perspectiva de um
paraíso terreno. Assim como há evangelistas que se apegam à revelação, mito dessepulto,
há marxistas/leninistas que ainda acreditam na Revolução, na construção de uma
sociedade comunista. O século XXI, ao contrário do que vaticinou André Malraux,
deverá acabar de vez com qualquer mistificação ou espiritualidade. No Brasil, diga-se de passagem, não há marxistas/leninistas autênticos, mas burgueses, gente que pensa uma coisa e vive outra. Não apenas os pastores de todas as igrejas devem ser desmentidos...
Um comentário:
Nossa!!!Sou seguidora do seu blog, muito inteligente, leio tudo o que é postado aqui...muito bom
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