Hoje o EDITORIAL do Zero Hora, Ensinando sem saber, trata de uma carência de professores de certas matérias no Ensino Médio. O problema posto pelo jornal diz respeito aos professores que lecionam algumas disciplinas sem formação específica na área. O editor cita o exemplo de aulas de química, física e sociologia (entre outras) que "estão sendo ministradas por docentes que pouco sabem sobre as respectivas matérias".
No dia 17 de setembro de 2007, publiquei neste blog a seguinte postagem:
ENSINO DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA
Uma das conversas entre os blogueiros no encontro de ontem foi a obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia no ensino médio e a falta de professores com cursos superiores nessas disciplinas. A proposta do Conselho Nacional de Educação (CNE) visa desenvolver nos alunos seu espírito crítico - uma grande idealização que poderá fracassar em seus objetivos. Entre as razões para essa perspectiva, posso citar a vacuidade acima expressa. A demanda de professores formados em Filosofia e Sociologia não será atendida tão cedo pelas universidades (que, por sua vez, não dispõem de um quadro docente capacitado nas ciências humanísticas). A improvisação de professores para atender esse acréscimo curricular se somará à quase inexistência de bibliografia adequada ao ensino médio. Sem menosprezar os licenciados em Pedagogia, por exemplo, duvido que sejam capazes de orientar conhecimentos que exigem muita leitura, não apenas da história da Filosofia, mas também dos pensadores que a conduziram desde as colônias gregas, na Ásia Menor, há 26 séculos, ao mundo virtual contemporâneo. Da mesma forma, com relação à Sociologia. Corre-se o risco de desenvolver uma profunda ojeriza no alunado, muito mais propenso, ou à objetividade, ou à alienação (de raízes históricas). É risível o otimismo de certas autoridades que pensam ter descoberto a pedra filosofal da educação brasileira. Uma delas assim se expressa: "Agora, o jovem vai entender o seu papel na história e saber que ele pode ser um agente transformador na sociedade". Tal superestimação caracteriza a tendência idealizadora de nossos homens públicos, que pensam ser extremamente fácil lançar pontes entre o ideal e a realidade. Nossa conversa no encontro dos blogueiros não enveredou tanto para essas questões, uma vez que assuntos mais instigantes entraram na pauta.
Vi o problema com uma antecedência de seis anos e meio.
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