No início do diálogo Menon, o personagem Sócrates tem a seguinte conversa com o discípulo Menon:
M - Sócrates, você sabe me dizer se a virtude pode ser ensinada? Ou não ensinada, mas praticada? Mas se ela não puder ser praticada nem aprendida, será então que ela vem naturalmente ao homem ou de outra maneira qualquer?
S - Durante muito tempo, vocês, homens da Tessália, foram famosos e admirados entre os gregos pela riqueza e pela arte de cavalgar; agora, porém, ao que parece, também o são pela sabedoria. Vocês devem isso à chegada de GÓRGIAS, que deixou todos apaixonados pelos seu saber [...]. Aqui, porém, meu caro Menon, deu-se precisamente o contrário. A sabedoria anda passando por um período de estiagem: parece até que ela abandonou Atenas para ir morar na Tessália. Estrangeiro, não só não sei se a virtude pode ser ensinada, como estou longe de saber o que ela é! Como posso saber como é, o que eu não sei o que é? [...]
M - Não, certamente. Mas, Sócrates, você já disse tudo? É isso que devo dizer aos meus concidadãos: "Sócrates não sabe o que é a virtude"?
S - Não apenas isso, meu amigo, mas também que Sócrates nunca encontrou quem o soubesse.
Dois milênios e pouco mais tarde, Sócrates pensaria isto ao dar a resposta: "Pra cima de mim, moleque!".
Nenhum comentário:
Postar um comentário