Os ocidentais, sob a açambarcadora influência judaico-cristã, tomam Jeová, o deus de Israel, e o inominável como o mesmo deus, único e verdadeiro. A Bíblia é o registro do processo transformador de um deus pessoal (pai e juiz), hipônimo como os demais deuses, em Deus, hiperônimo, aquele que justificaria o processo no sentido inverso. Povos e civilizações criaram seus deuses a partir de um poder sobrenatural que se acredita exceder o mundo. Esses deuses, todavia, nunca transcenderam seus criadores, relegados ao mito. Os olimpianos constituem o melhor exemplo do declínio religioso. Eles eram indisfarçáveis criaturas antropomórficas, imagem e semelhança dos gregos. Por que Zeus, Odin e Quetzalcoatl são diferentes de Jeová, Brahma e Alá? Os três primeiros já foram desmistificados por outra cultura emergente, local ou estrangeira, religiosa ou filosófico-científica. Os três últimos continuam à frente do judaísmo, do cristianismo, do hinduísmo e do islamismo. Tais religiões vigem atualmente. Por isso seus deuses são inquestionáveis, considerados por seus adoradores como eternos.
Meu ateísmo é produto de uma visão atemporal (passado-presente-futuro), que considera todos os deuses já destronados, desvelados em sua pessoalidade.
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