Ontem fui ao circo, mais exatamente ao The Magic Circus, que se encontra instalado em frente à escola da URI. Os números apresentados são figurinhas batidas do espetáculo circense: mágica (com desaparecimento de uma pessoa dentro de uma caixa transpassada por gavetas e bastões), malabarismo, acrobacia, globo da morte e as trapalhadas de um palhaço. Uma coisa positiva é que não há animais, encerrando-se de vez uma prática especista abominável.
O circo é remanescente de outra época. Por isso, resiste com dificuldades. O The Magic Circus é formado por dois casais, basicamente.
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De ontem pra hoje, ouvi torcedor colorado flauteando que já perdeu a graça ganhar a Copa Santiago de Futebol Juvenil. Não me importo mais, uma vez que me especializei em ser um gremista (auto)crítico, que perdeu a ilusão.
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A propósito, sou exemplo de como o conhecimento acaba com a ilusão, com qualquer forma de ilusão, inclusive a de que o conhecimento pode conduzir o homem à felicidade, governar o mundo. (Isso já é autocrítica!)
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Fui ver a primeira partida do Grêmio no Alceu Carvalho. Observei -o atentamente, analisei o que vi (enquanto via), concluí que se tratava do pior time gremista vindo a Santiago para a Copa. Registrei essa avaliação em meu blog. A partir do conhecimento, foi-se a ilusão (que mantém todo torcedor). Não compareci mais ao estádio, porque soube desde então o que poderia ocorrer (e ocorreu).
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Surpreende-me que o torcedor gremista, vendo os fracassos do ano passado e deste ano, não projete o que será seu time num futuro próximo. Principalmente, no que se refere aos novos atletas que surgem como "prata da casa". As perspectivas do grande rival são mais promissoras.
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Para encerrar estes comentários, retomo o assunto que é dos meus preferidos: conhecimento versus ilusão. Não apenas os estádios lotam por indivíduos iludidos, mas as igrejas e os templos. Nesses ambientes, como escreveu Nietzsche, "nem a moral nem a religião possuem qualquer ponto de contato com a realidade. Apenas causas imaginárias ('Deus', 'alma', 'eu', 'espírito', o 'livre-arbítrio' - ou também o 'não-livre'); apenas efeitos imaginários ('pecado', 'salvação', 'graça', 'castigo', 'perdão dos pecados'). Uma relação entre criaturas imaginárias ('Deus', 'espíritos', 'almas'); uma ciência natural imaginária (antropocêntrica; carência completa da noção de causas naturais); uma psicologia imaginária (apenas mal-entendidos acerca de si mesmo, interpretações de sensações gerais agradáveis ou desagradáveis, por exemplo, dos estados do nervus sympathicus, com a ajuda da linguagem de sinais da idiossincrasia moral-religiosa -'arrependimento', 'remorso', 'tentação do Demônio', 'proximidade de Deus'); uma teologia imaginária ('reino de Deus', 'o Juízo Final', 'a vida eterna'). Esse puro mundo de ficções se distingue muito a seu desfavor do mundo dos sonhos pelo fato de que este reflete a realidade, enquanto ele a falsifica, desvaloriza, nega".
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