As palavras
Adoro o som de algumas, em várias línguas. “Süss”, em alemão, que é muito mais doce do que “sweet”, “Dulce”, “dolce”. De “mutter” gosto mais do que “mother”, “mãe”, “madre”. Mas superior é “mater” do latim. “Fenêtre” é o que mais gosto para janela, mais do que “window”.
“Puella”, do latim, me soa melhor do que “guria”, “girl”.
“Ámor”, me gusta mais do que “amôr”, mais que “love”, mas menos do que “liebe”. Saudade é “quatsch”, não entro nessa.
Mas “atardecer, em español, é incomparável. El atardecer hoje em Xangri-La estava azul, diáfano, sem vento, mar calmo.
“Passarinho”, “vogel”, “bird”. Mas prefiro “pájaro”. A “nuvens” prefiro “wolken”, mas a “bom dia!”, fico com “kali mera”.
Saudade (caí na armadilha) da Grécia e de seus azúis.
Lembrei-me de Las palabras, de Pablo Neruda:
Todo lo que usted quiera, sí señor, pero son las palabras que cantan, las que suben y bajan... Me prosterno ante ellas... Las amo, las adhiero, las persigo, las muerdo, las derrito... Amo tanto las palabras... Las inesperadas... Las que glotonamente se esperan, se acechan, hasta que de pronto caen... Vocablos amados... Brillan como perlas de colores, saltan como platinados peces, son espuma, hilo, metal, rocío... Persigo algunas palabras... Son tan hermosas que las quiero poner todas en mi poema...
O texto de Neruda continua. Já o transcrevi neste blog em 3 de setembro de 2007.
Sugiro a todos que me leem agora (também escritores) que produzam algo semelhante, sobre as palavras, fundamentando-se na postagem do Ruy (que tocou uma das essências da poesia).
Um comentário:
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