O paulista ri ao votar no Tiririca. Ou riso debochado, ignóbil, anarquista. Ou riso alienado, ignaro, simplista. O gaúcho ri de quem votou no Tiririca. Riso politicamente correto. O Tiririca ri para quem votou nele. De outra forma, ri de quem ri dos que votaram nele. Portanto, o palhaço ri dos gaúchos. Ri dos mais politizados. Tudo é risível no Brasil, fechando com a grave sentença (cuja autoria não se pode atribuir a De Gaulle) de que não somos um país sério.
Após essas eleições, proponho uma nova designação para o voto inexplicável, inconsequente, descrito acima pelo riso correspondente: VOTO TIRIRICA.
Em Santiago, tivemos muitos votos que podem ser assim classificados. Começo por perguntar se há uma representação do PC do B na Terra dos Poetas. Pergunto se havia comitê de algum político do PC do B na Terra dos Poetas. Pergunto se havia cabo eleitoral de algum político do PC do B na Terra dos Poetas. Mais objetivamente, pergunto se Manuela d'Ávila veio à Terra dos Poetas alguma vez. Pergunto, por derradeiro, o que explica os 845 votos para Manuela d'Ávila na Terra dos Poetas. Mônica Leal, que veio à Terra dos Poetas diversas vezes, com comitê, carreata, cabo eleitoral, partido e muita simpatia, teve apenas 592 votos.
O que explica tantos votos para Manuela d'Ávila se não o fato de ela ser bonitinha (perto das demais candidatas)?
Minha conclusão é de que o voto dado a Manuela d'Ávila pelos santiaguenses não é muito diferente do voto dado a Tiririca pelos paulistas. O nhenhenhém que tenta justificar que é assim a democracia não justifica, torna, isto sim, risível a própria seriedade.
4 comentários:
Achei infeliz teu comentário. Não votei em Manuela. Acho o discurso dos "velhos" do PCdoB pra lá de ultrapassado, mas ela tem seus méritos. Tem formação e informação, além de ser uma atuante na militância, como se diz, desde sempre. Moro em Porto Alegre desde 2001 e, tendo ou não eleições, sempre a via na Rendeção aos sábados e domingos militando pelo seu partido e pelas suas idéias, de camiseta rosa e bandeira na mão. A juventude se identifica com ela, indiferente do partido. Aliás, "partido" quer dizer alguma coisa hoje em dia?? Nem as siglas apareceram nos santinhos ou no programa eleitoral gratuito...
Manuela é a esperança que os eleitores, jovens ou não, depositam nos políticos! É o voto de dissabor sim, mas do dissabor com a cambada que faz e acontece e tá sempre rindo da nossa cara! Além disso, é bonita mesmo!!!!
Abraço,
Rodrigo Medeiros
A meu ver este fenômeno da personificação política repete-se e é recorrente. São fatos isolados e não têm maior signicação política. Não esqueçamos: o Congresso é composto por 81 Senadores e 513 Deputados.
Infelizmente os ideais partidários (os princípios que os diferenciam), são "esquecidos" até pelo próprios partidos. Ao chegar ao poder, ou mesmo antes disto, correm a negociar cargos e favores no balcão de negócios. Em verdade as negociatas já começam na hora da escolha dos candidatos pelos partidos.
Nossa democracia não foi conquistada, foi outorgada.
Oxalá algum dia alcancemos uma verdadeira democracia, com plebiscitos, consultas populares e sistema parlamentarista.
Olá Froilam
Achei interessante teu texto. E tomei a liberdade de postá-lo em meu blog. Espero que não se importe.
Abraços
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