Todos os anos, ouço reclames contra o frio que faz alguns dias no inverno, quando as pessoas confessam abertamente sua preferência pelo verão. Antes de dezembro chegar, elas são coerentes ainda em repudiar aquela estação. Paulatinamente, a temperatura se eleva, seca até a raiz das gramas e a substância de que é feito nosso corpo parece derreter. Sem demora, os mesmos reclamantes (meses atrás) passam a criticar o calor insuportável.
Tamanha incoerência nos gostos e irresponsabilidade na escolha se justificam na medida em que tais pessoas são hedonistas e nada mais. Noutras palavras, vivem em função do prazer imediato, umbiguista e sensual.
Neste dia, faz-se a opção entre Serra e Dilma.
Os números propiciados pelas pesquisas indicam a vitória da candidata. Os votos que a elegerão são de duas procedências: dos petistas e da massa alienada que se move para lá e para cá como um tsunami. Daqueles fundamentalistas, militantes de três décadas, a Dilma terá apoio sempre, independentemente do êxito ou do fracasso de seu governo. Da massa de votantes que a elege hoje hei de ouvir reclamações futuras, na medida em que são pessoas irresponsáveis com suas próprias razões. Muitas (des)mentirão a si mesmas, jurando que não votaram em Dilma. Isso é compreensível, em vista de se adquirir o direito perdido no momento da escolha (justamente hoje, 31 de outubro de 2010).
Caso Serra fosse eleito, a tese acima continuaria válida. Dessa forma, não há como adiantar qual a opção certa. O que se comprova equivocada é a irresponsabilidade com a escolha.
Da parte que me cabe, já assumi a responsabilidade: prefiro o inverno. Mais de uma vez, reclamarei dos dias quentes que virão.
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