sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DIA DO PROFESSOR

Tudo o que é dito ou escrito sobre o professor, todo discurso, ou fundamenta-se na realidade, ou não passa de idealização. No primeiro caso, o discurso segue mais ou menos a fórmula "o professor não é o único responsável pela péssima qualidade do ensino atual". Obviamente, aqui entrariam as causas imediatas e mediatas.  No segundo caso, a fórmula do discurso idealista começa com "o professor é aquele que (isto ou aquilo)". 
O Dia do Professor, à semelhança de todos os outros dias dedicados a alguém ou a alguma cousa, constitui-se no único momento em que se permite o ideal, a emotividade. À exceção da educação infantil, o professor é raramente visto como merecedor de homenagens. Certas instituições de ensino, entre as quais a URI, antecipam o feriado para o Dia da Criança, obrigando o professor a dar aulas no dia a ele dedicado. Isso demonstra que o realismo, sob o domínio da razão, começa a interferir nos devaneios sentimentais. 
Futuramente, pela própria razão, o mundo voltará a valorizar o professor. A frase que destaquei acima como exemplo para o primeiro caso, que cedo ou tarde acabará prevalecendo, já é um indício dessa valorização. Nestes tempos, vivemos a transição entre a infância e o adulto. O professor não tem chance com adolescentes, sujeitos de discurso ainda confuso entre o real e a idealização.

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