Na primeira fala que fez no foyer da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, o novo capelão contou-nos a seguinte história: No antigo Oriente Médio, as cidades fortificadas tinham em seus portais os lugares formais das grandes decisõe s da sociedade. Os mais velhos, os anciães eram juízes das causas comuns e difíceis, responsáveis também para aconselhar os que entravam e saíam da cidade. Numa dessas cidades, um sábio permanecia à porta observando o deserto com suas areias intermináveis. Ao longe, o ancião notou um peregrino que se aproximava. Quem chega é um jovem, faminto, sedento, roupas gastas. Diante do ancião, curva-se e diz: “Grande sábio, permita-me entrar em tua cidade?”. O ancião responde: ”Por que devo deixá-lo entrar em minha cidade?”. “Ah, senhor, a minha cidade é um lugar horrível, cheio de homens maus, avarentos, maledicentes; a cidade é suja, não há lugar pior, por isso fugi de lá”, desabafou o jovem. O sábio põe a mão no ombro do jovem e diz: “Levante-se, meu filho, tome outro caminho, esta cidade é dez vezes pior que a sua”. O outro se levantou, seguindo o conselho. Algum tempo depois, ao longe, notou o ancião outro peregrino vindo do deserto. Aproxima-se o visitante, também faminto, sedento... Curva-se e fala: “Sábio ancião, permita-me entrar em tua cidade?”. O conselheiro responde: “Por que devo deixá-lo entrar em nossa cidade?”. “Senhor, minha cidade é um lugar maravilhoso, cheio de homens honestos e bons; nossa cidade é simples, limpa e organizada, muitas pessoas estão chegando lá agora. Animado com a minha cidade, saí peregrinando para saber se há outros lugares tão bons”. O sábio ajudou o jovem a levantar e disse sorrindo: “Achaste o caminho, entre em nossa cidade, ser-lhe-á tão boa quanto a sua”. Essa história contada pelo Asp Addson é interessante. Interessantíssima ao substituirmos cidades por pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário