terça-feira, 17 de agosto de 2010

LÍTERO-CULTURAL*

(OU SOBRE AS MANEIRAS DE PRESTAR UM SERVIÇO À CULTURA)
Entre os múltiplos significados para o termo cultura, Houaiss coloca o seguinte: "complexo de atividades, instituições, padrões sociais ligados à criação e difusão das belas-artes, ciências humanas e afins". Em Santiago, já fixado o epíteto Terra dos Poetas, há uma manifesta preponderância da literatura, que apresenta e requer (ao mesmo tempo) um número cada vez maior de partícipes em torno de uma aculturação social ainda não experimentada anteriormente. Nesse sentido, a obra mais destacada continua sendo a Rua dos Poetas, panteão dos ilustres santiaguenses (de nascimento ou por adoção) que produziram com a matéria-prima verbal. A grandiosidade do projeto exigiu (e exige) a participação de muitos, razão que me levou a cooperar voluntariamente. Nunca trabalhei com igual entusiasmo e dedicação, mal-interpretado por alguns opositores dessa obra pública. Fator de inegável embelezamento urbano, a Rua dos Poetas resgata e expõe a história lítero-cultural de nosso município. O resultado positivo das críticas recebidas injustamente** foi uma reflexão que me deu mais tranquilidade para continuar no papel de um agente de cultura, ou auxiliando pessoas e instituições, ou em minha casa. Isso mesmo! Ao produzir prosa ou poesia, como fizeram Manuel do Carmo, Antônio Carlos Machado, Sílvio Duncan, Caio Fernando Abreu***, entre outros, contribuo para que haja cultura em nossa terra. Falo na primeira pessoa, mas é uma regra a que se submetem todos os escritores, poetas ou prosadores, por mais isolados da (ou pela) sociedade. A maior ou menor contribuição de cada um vai depender da qualidade do que é produzido individualmente (com a chancela de criticidade emitida pelo tempo).
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* Texto publicado na coluna do Expresso Ilustrado em 5 de fevereiro de 2010.
** Injustamente, porque algumas vozes se fizeram ouvir, contrárias à escolha de Caio Fernando Abreu para figurar na Rua dos Poetas. Muitas desses vozes são ouvidas hoje de bocas que se enchem para falar de Caio.
*** A propósito, lá pelas décadas de 70 e 80, Caio Abreu produzia cultura individualmente, distante daqui. Mas era santiaguense.

Um comentário:

Weimar Donini disse...

Sr. blogueiro.
É inegável o diferencial após a implementação da Rua dos Poetas. Assim como a criação do polo da Uri. Tratam-se de eventos que, a meu ver, delimitam eras. Outrora cético pelos antecedentes históricos da comunidade, devo louvar estas iniciativas. Oxalá sejam duradouras para nosso orgulho. Desejo parabenizar os idealizadores e aos continuadores.