sexta-feira, 27 de junho de 2014

PALPITE PARA AS OITAVAS DE FINAL

BRASIL x CHILE: Brasil;
COLÔMBIA x URUGUAI: Colômbia;
HOLANDA x MÉXICO: Holanda;
COSTA RICA x GRÉCIA: Grécia;
FRANÇA x NIGÉRIA: França;
ALEMANHA x ARGÉLIA: Alemanha;
ARGENTINA x SUIÇA: Argentina;
BÉLGICA x ESTADOS UNIDOS: Estados Unidos.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

JORNAL DA SOLIDARIEDADE IBERO-AMERICANA

EDITORIAL: O caminho de uma nova ordem - ou do caos
"Há dois caminhos adiante: um poderá sinalizar o advento de uma nova ordem de poder mundial, menos injusta e mais compatível com as aspirações da esmagadora maioria da humanidade e o seu potencial de conhecimento acumulado; o outro, se prevalecer a agenda hegemônica, poderá redundarem um caos planetário de proporções impensáveis".
ARTIGOS: 
China-Rússia: "acordo do século" - mas apenas passo inicial
"Apontado por numerosos comentaristas como o "acordo do século", o pacote de negociações acertado durante visita do presidente russo Vladimir Putin a Xangai, a despeito de sua dimensão, é apenas um primeiro passo no caminho do estabelecimento de uma nova dinâmica de desenvolvimento global, que supere o unilateralismo dos interesses hegemônicos do eixo Washington-Wall Street-Londres-Bruxelas"
Recursos naturais: Ibero-América e Atlântico Sul na mira de Washington
"O governo do presidente Barack Obama admitiu publicamente o seu plano de avançar ao máximo sobre os recursos energético bero-americano. Com isto, Washington pretende refazer a sua iniciativa diplomática do Hemisfério Ocidental, na forma de um 'quintal energético'"

quarta-feira, 25 de junho de 2014

SOLICITAÇÃO

Por favor, não deixem de ler minha postagem abaixo. 

LIÇÃOZINHA FILOSÓFICA

Desde a revolução copernicana (iniciada em 1543, com a publicação do livro De Revolutionibus Orbium Coelestium), passando pelo racionalismo (Descartes e Spinoza), pelo empirismo (Bacon e Humes), pelo iluminismo (Rousseau e Voltaire), pelo criticismo (Kant), por Feuerbach, por Darwin (e pós-darwinistas), por Marx, por Nietzsche, por Freud, entre outras expressões filosóficas ou científicas, a cultura ocidental passa por um processo de laicização, que avançou significativamente no século XX.
Todas as religiões, com maior evidência o Cristianismo, sofrem um declínio inexorável, ainda não bem aceito na América, em razão de uma febril reação evangelística. Na Europa, segundo o filósofo Luc Ferry, as pessoas já não mais acreditam na infalibilidade do papa, na alma imortal, na ressurreição (menos ainda), no deus bíblico etc. As duas Guerras Mundiais acabaram de matar o deus cristão, confirmando-se o que Nietzsche expressara anteriormente. Duas revoluções foram decisivas para o processo: a Revolução Francesa, que instituiu o estado laico, e a Revolução Russa, que apostou numa utopia substituta. O marxismo prestou-se para uma dupla função histórica: desmentir o paraíso celeste e criar a perspectiva de um paraíso terreno. Assim como há evangelistas que se apegam à revelação, mito dessepulto, há marxistas/leninistas que ainda acreditam na Revolução, na construção de uma sociedade comunista. O século XXI, ao contrário do que vaticinou André Malraux, deverá acabar de vez com qualquer mistificação ou espiritualidade. No Brasil, diga-se de passagem, não há marxistas/leninistas autênticos, mas burgueses, gente que pensa uma coisa e vive outra. Não apenas os pastores de todas as igrejas devem ser desmentidos...

terça-feira, 24 de junho de 2014

CONTRAPONTO SEMÂNTICO


A COLÔMBIA, DE JAMES RODRIGUEZ E CUADRADO,
JOGOU UM FUTEBOL REDONDO.
O JAPÃO, DE KAGAWA E OKUBO,
JOGOU UM FUTEBOL QUADRADO.

FUTEBOL ESPORTE CLUBE

A despeito de todos os gastos pagos pelo governo federal para que a Copa se realizasse no Brasil (cuja soma total em bilhões nunca será divulgada);
a despeito de todos os protestos de uma minoria mais politizada contra os gastos para a realização da Copa;
a despeito da não conclusão das obras nos estádios, acessos a eles, melhoria dos aeroportos etc., risco imposto ao país por uma dezena de cabeças pensantes (entre as quais a do então presidente da República e a do então presidente da CBF);
a despeito das teorias conspiratórias, as quais apontam para uma possível manipulação da FIFA em troca de isenção de impostos (que beneficiaria o Brasil), em troca de futura sede da Copa (que beneficiaria a Espanha);
a despeito dos erros de arbitragem, como veio a ocorrer de fato no primeiro jogo da Copa, entre Brasil e Croácia;
a despeito de um favoritismo condicionado pela grande mídia e aceito de uma maneira passiva pela maioria dos brasileiros (que ainda tem necessidade de fé, de esperança e de ídolos);
a despeito das chuvas que caem continuamente de Norte a Sul, de Leste a Oeste, deteriorando os gramados ainda não inteiramente prontos para os jogos;
a despeito de apressadas análises concluírem que os resultados desta Copa não influenciarão os resultados das próximas eleições de outubro (um mito oficializado);
a despeito daqueles brasileiros que não torcem pela sua seleção, por se posicionarem contra os gastos com a realização da Copa no Brasil, por acreditarem em conspiração ou por qualquer outro motivo;
a despeito de tudo isso (e muito mais), o futebol jogado dentro de campo tem feito a alegria de milhões de aficionados, valendo a pena lotar os estádios ou sentar-se à frente da televisão.
O futebol está vencendo de goleada nesta Copa. Mas até quando?

segunda-feira, 23 de junho de 2014

LIÇÃOZINHA DE HISTÓRIA

Vocês já leram sobre a Guerra Civil Espanhola, que ocorreu entre 1936 e 1939? 
Com o apoio dos anarquistas, dos sindicalistas (ligados à Confederación Nacional del Trabajo), dos trotskistas (do POUM - Partido Operário de Unificação Marxista), os socialistas vencem as eleições de 1936.
Eram muitas esquerdas na Frente Popular (para dar certo). As peleias dentro do poder republicano eram cruéis, com prisões, torturas e execuções sumárias (obedecendo às ordens de Moscou, diga-se de Josef Stalin). 
Os nacionalistas, por sua vez, passaram a ter apoio dos fascistas, dos nazistas e de toda a direita europeia. Embora representassem a força azul (que sempre e necessariamente será vencedora), foram mais cruéis no cerco que fizeram aos vermelhos. Guernica foi apenas um exemplo de derramamento de sangue inocente. 
Depois do massacre, todavia, o quadro de Picasso - fundador de uma cultura ocidental democrática até a medula. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

TEMPO PÁSSARO

                                                       Figura meramente ilustrativa desta postagem.

Por ocasião da próxima Feira do Livro de Santiago, será publicado o livro póstumo de Ney Arami Dornelles, cujo título é Tempo pássaro. O poeta deixou sua coletânea de poemas encadernada, com algumas correções de próprio punho. Fui voluntário para fazer o trabalho digitar e de apresentar a obra inédita. 
O Ney A. foi homenageado na Rua dos Poetas, com um monumento em frente ao Ilha Bella Shopping. Na placa de metal (afixada ao cimento), lê-se os seguinte versos do Ney A.: 

As andorinhas
eram céu de asas
e, a sós, faziam
verão
no oitão
das casas.

Ney A. foi o segundo poeta que conheci em nossa cidade. Depois do Oracy. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

FULECO E BRAZUCA

Vocês viram o Fuleco, o mascote da Copa, por aí? Ninguém vê o Fuleco nos estádios, ninguém fala nele. Por que será? A desculpa, acaso, recai sobre seu nome artificial, esquisito, criado com a sílaba “fu” (de futebol) e o antepositivo “eco” (de ecologia)? O “l” é uma mera consoante de ligação. “Fuleco” assemelha-se a “fuleiro”, “que ou aquele que age irresponsavelmente, sem seriedade”, “que ou o que não tem valor, que é medíocre, reles” (de acordo com Houaiss). O elemento “eco” acaba sendo identificado ao sufixo diminutivo e pejorativo, como em “jornaleco”. Todavia, não é a uma questão linguística que se deve o sumiço do Fuleco. A Associação Caatinga, responsável pela criação e administração do mascote, achou pouco os 300 mil dólares oferecidos pela FIFA. A ONG pensava em um milhão para cima. Dessa forma, as negociações foram encerradas, acabando com o que mal começara (ou começara mal?). O animal que serviu de modelo ao Fuleco, o tatu-bola, continua sendo caçado na caatinga, onde corre risco (óbvio) de extinção. Os primeiros fulecos infláveis ficaram prontos em 2013, como modelos experimentais. Em Porto Alegre, foram atacados e murchos pelos manifestantes que protestavam contra os gastos da Copa. Em Rio de Janeiro, os modelos foram transformados em embalagem de maconha e cocaína, e “Fuleco” virou “Fumeco”. Menos grave é o caso da “brazuca”, a bola da Adidas usada na Copa. Ainda que sua presença seja indispensável para os jogos, seu nome de fantasia não se popularizou como a Jabulani (África do Sul). Nada poético, pela quase totalidade de seus fonemas, o nome “brazuca” remete a uma arma (denotativa ou conotativamente). Os dois, Fuleco e Brazuca, foram escolhidos por uma votação de milhões de brasileiros, que tinham apenas três opções. Como nas próximas eleições. 

CADÊ O TATU-BOLA?

A Associação Caatinga, ONG que propôs o tatu-bola como mascote da Copa, diz que a FIFA ofereceu apenas 300 mil dólares. A ONG achou pouco, um "trocado" (pensava em um milhão) e as negociações foram encerradas.
Quando os primeiros bonecos infláveis do Fuleco ficaram prontos em 2013, foram atacados pelos manifestantes que protestavam contra os gastos da Copa (em Porto Alegre) e transformados em embalagem de maconha e cocaína (no Rio de Janeiro), o que lhe valeu o apelido "Fumeco". 
O tatu-bola é caçado na caatinga e no cerrado brasileiros, onde corre o risco (óbvio) de extinção. A espécie não representa o país inteiro. 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

SOBRE A COPA

Depois do SHOW sem graça, das VAIAS de graça, o FUTEBOL com graça.
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Média acima de três gols por jogo, das mais altas da história da Copa. Nos 14 jogos já realizados, foram marcados 44 gols.
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Gols mais bonitos: Van Persie (o primeiro de cabeça), Robben (o quinto), Messi. 
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Melhores jogadores: Robben, Van Persie, Müller, Messi, Oscar...
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Os piores (os expulsos): Maxi Pereira (Uruguai), Wilson Palacios (Honduras) e Pepe (Portugal).
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Apenas um jogo ruim: Nigéria 0 x 0 Irã. Único empate.
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Melhores apresentações entre as grandes seleções: Alemanha, Holanda, Argentina...
Piores: Uruguai, Grécia, Portugal...
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A propósito da Alemanha, após seu jogo contra Portugal, sabem quem foi ao vestiário tirar fotos com os jogadores? A chanceler Angela Markel (a mulher mais poderosa do mundo).

sábado, 14 de junho de 2014

TIETAGEM BOBA

A maioria dos torcedores brasileiros, ainda que não entenda muito de futebol, veste-se de amarelo e passa a se manifestar como tiete bobo e otimista. Não chega ao fanatismo, em razão da frouxidão que caracteriza, via de regra, o espírito tupiniquim, mas enjoa aos olhos e ouvidos de uma minoria séria, desapaixonada. Alguns desses torcedores não escondem a fidelidade ideológica aos organizadores da Copa do Mundo, principalmente ao governo petista (o qual se corrompe ainda mais, aliando-se à FIFA). Ideologicamente, eles malham a Rede Globo, sem perceber que esse poder midiático coloca-se na gênese da mesma tietagem nacionalista que os identifica neste momento. A escolha de Neymar como o melhor jogador contra a Croácia, seu pré-endeusamento escancarado na Globo (a partir de Galvão Bueno, mais uma vez) e aceito pela maioria dos torcedores constitui a prova do que expresso acima. O que fez Neymar durante a partida, mais que acertar um chute contra Pletikosa, que se jogou atrasado, e marcar um segundo gol de pênalti? No jogo da Espanha e Holanda (que poucos desses torcedores devem ter assistido), numa única jogada em que saiu atrás do zagueiro espanhol, atravessou o campo, chegou na frente, driblou Casillas, para fazer o quinto gol de sua seleção, Robben foi muito superior ao namoradinho da Bruna Marquezine. Os mesmo torcedores (considerados nesta postagem), que, por ato reflexo, acusam a manipulação global, comportam-se como adolescentes - gritando o nome de Neymar. Nenhum deles coloca em dúvida a existência do pênalti cavado por Fred (sua melhor contribuição no jogo todo). Nenhum deles discorda que houve falta em Júlio César num lance que resultaria no gol anulado do adversário. Em suas opiniões apaixonadas, o juiz japonês, Yuichi Nishimura, foi maravilhosamente bem: apitou um pênalti para o Brasil e invalidou um gol da Croácia.

terça-feira, 10 de junho de 2014

COMENTÁRIO RISÍVEL

Hoje ouvi um comentário risível (para não dizer absurdo) a favor dos investimentos públicos na Copa, feito por uma pessoa normal, ponderada:
"Os bilhões de reais que o governo gastou na construção e reforma dos estádios não seriam aplicados em outras obras, caso não se fizesse a Copa do Mundo de Futebol no Brasil". 
Comentários assemelhados:
"O turismo recuperará os investimentos" (O Pelé falou exatamente isso.)
"O futebol em Manaus fará com que os turistas conheçam a Amazônia";
"A construção de um estádio no Amazonas fará com que o futebol  evolua nesse estado";
"O Brasil será campeão";
"Neymar será o grande jogador da Copa";
"O Brasil não será mais o mesmo depois da Copa, ficarão as obras realizadas para o evento" (O Beira-Rio e a avenida em frente foram citados como exemplos. O que mais em Porto Alegre?)
"As obras serão concluídas a tempo";
"Inter e Grêmio estão muito bem financeiramente"; 
"A FIFA merece ganhar o que ganha com a Copa";
"Não podemos misturar futebol e política";
"O Felipão é um paizão";
"A bunda do Hulk é bonita";
"O melhor goleiro brasileiro encontra-se preso" (Foi o que publicou o jornal  espanhol Mundo Deportivo.)


segunda-feira, 9 de junho de 2014

UMA OPINIÃO APENAS

Um pouco de tudo já foi dito/escrito sobre a Copa do Mundo de Futebol no Brasil. Algumas coisas mais ainda serão veiculadas pela mídia. Todo mundo tem opinião e a expressa como se fosse verdade inquestionável. Menos mal que 99,9% dessas opiniões são levados pelo vento, porque não ultrapassam o âmbito da fala. O jornal é o meio preferido (só perdendo para o Facebook) por aqueles que opinam, entre os quais me incluo. Em razão desse reconhecimento autocrítico, procuro fugir da onda que a todos arrasta ao lugar-comum, ao óbvio. Uma das obviedades propaladas pelos entendidos em futebol é de que o Brasil é o grande favorito, de que venceremos a Copa. A necessidade de ganharmos tem a ver com a derrota de 1950, a qual seria definitivamente recalcada no inconsciente coletivo brasileiro. O hexa também justificaria os 30 bilhões (ou mais?) gastos dos cofres públicos. Esse título viria se juntar ao bolsa família, como mais uma bandeira que reelegerá a presidente Dilma Rousseff em outubro. Comparações à parte, a Itália precisava ganhar a Copa de 1934 por dois motivos: para servir de camuflagem à crise econômica e como apoio à ascensão do fascismo. Ganhou na marra. Até agora, ninguém opinou que o Brasil enfrentará um grande obstáculo a caminho do título, já no primeiro jogo do mata-mata, quando deverá jogar contra Espanha ou Holanda. Com chance remota de desclassificar uma delas, o Chile enfrentaria nossa seleção. No dia 28 (ou 29) de junho, saberemos se há arranjos pró-Brasil, se há realmente favoritismo do time de Felipão, ou se... Aqui vai minha opinião mais pessimista: o Brasil não passará pela Espanha ou Holanda. Das seleções brasileiras que acompanham desde 1970, a atual se coloca entre as mais fracas. Uma opinião apenas.

sábado, 7 de junho de 2014

O HOMEM QUE AMAVA OS CACHORROS



Hoje iniciei a leitura do romance O HOMEM QUE AMAVA OS CACHORROS, do cubano Leonardo Padura. 
O primeiro capítulo é feito de delicadeza e poesia, apesar de tratar da enfermidade e morte de Ana, mulher de Ivan, o narrador. 

A história aborda um fato real: após cumprir pena pelo assassinato de Leon Trotski na Cidade do México, Ramón Mercader refugia-se em Cuba.
(O segundo capítulo retrocede no tempo, para quando Liev Davidovitch (Trotski) encontrava-se desterrado em Alma-Ata, antes de ser expulso do país por Stalin.
Nesses dias, Liev e sua esposa Natália Sedova não se separavam da cadela Maya, uma galgo russo. 
No prefácio, Gilberto Maringoni escreve sobre o "thriller histórico" que contextualiza o planejamento do assassinato de Trotski, envolvendo o alto comando do Estado soviético. Stalin, secretário-geral, havia decretado em 1939: "Trotski deve ser eliminado dentro de um ano, antes que a guerra inevitavelmente seja deflagrada".
O assassinato do grande líder que "agitara as consciências do país em 1905", que tinha feito triunfar o levantamento de Outubro de 1917, que tinha criado um exército no meio do caos e salvado a Revolução, foi consumado no México.
O ódio de Stalin fora alimentado desde a avaliação feita por Trotski na mesma reunião do Comitê Central que o expulsou do Politburo. Trotski acusou Stalin de ser o "coveiro da revolução".
Stalin foi o pior dos ditadores da história humana. O assassinato constituiu-se numa prática da ditadura soviética. Em seguida, manda fuzilar vários dirigentes de 1917, entre eles Zinoviev, Kamenev e Bukharin.
A ditadura soviética não torturava, executava sumariamente.   

sexta-feira, 6 de junho de 2014

SUJEITO DA AÇÃO DE DIRIGIR

Minha posição contrária ao corte dos pinus ao longo da BR-287, exclusivamente entre Santiago e Jaguari (exclusividade estranha), deve-se ao desvio da responsabilidade do sujeito da ação de dirigir - o homem -, o qual continua desobedecendo às leis de trânsito e causando acidentes. 
O comportamento do indivíduo ao volante não pode ser direcionado, condicionado pelas pulsões, mas por decisões racionais, pensadas, éticas. Uma das pulsões (energia psicossomática), que emerge no indivíduo que dirige automóvel, está na origem do prazer que propicia a velocidade, uma volúpia indescritível. O prazer da velocidade é tão grande (e incontrolável), que levou o homem a criar um esporte, construir autódromo, correr de automóvel, morrer correndo inclusive (como ocorreu com Ayrton Senna e Pedro Carneiro de Pereira, para citar dois exemplos). Essa volúpia motiva as chamados "rachas". O trânsito nas rodovias está cheio dessas disputas por velocidades mais altas, cotejando potências e vaidades. 
O indivíduo que se deixa guiar por esse prazer da velocidade (muitíssimo acima da regulamentada, ou do que o grande filósofo Kant denominou de "imperativo categórico"). Esse indivíduo, insisto, é o id em pessoa, no máximo um ego sem qualquer interferência do superego.
Em suma, mais que cortar pinus da BR-287, necessitamos amadurecer o homem - o sujeito da ação de dirigir. 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

"A ILHA DO CARA"

Por favor, leem  a VEJA desta semana, seção Internacional: "A ilha do cara". Um ex-guarda-costas do ditador Fidel Castro publicou o livro A vida secreta de Fidel, onde revela o que se segue:
- Fidel é dono de uma ilha com crianção particular de golfinhos;
- A casa na ilha Cayo Piedra, ao sul de Cuba, tem uma área de 300 m2, com alojamento para a guarda pessoal, criados, estação de geração de energia, baterias antiaéreas, viveiro de tartarugas, casa de hóspedes (1.000 m2), piscina semiolímpica e um delfinário;
- Em Cayo Piedra, há também um heliporto, que serve para o recebimento de suprimentos;
- Fidel tem um iate, versão melhorada e ampliada de uma embarcação que ele confiscou de um milionário local depois de derrubar o governo de Fulgêncio Batista;
- Os quatro motores do iate foram um presente do então líder soviético Leonid Brejnev (outro que vivia num luxo sem fim);
- Nas viagens de idas e vindas de sua ilha, Fidel bebia uísque da marca Chivas Regal, de 45 dólares a garrafa, o dobro do salário mensal de um cidadão comum. (Há cidadão sem liberdade?);
- Em Havana, a residência do ditador tem 1.200 m2, no centro de uma propriedade de 30 hectares;
- Fidel é obcecado por vacas leiteiras, criando quatro delas num vasto apartamento do terceiro andar do prédio em que morava Célia Sánchez, uma de suas amantes;
- Fidel teve nove filhos, um do primeiro casamento, cinco do segundo e três de relações extraconjugais;
- À mesa, Fidel prefere peixe, lagosta, presunto espanhol e ovelha, enquanto seus súditos se consideram afortunados quando têm carne de porco ou de frango para comer;
- Juan Reinaldo Sánchez, o autor do livro, foi guarda-costas de Fidel por 17 anos, demitido em 1994 em razão de seu irmão ter fugido para os Estados Unidos em busca da liberdade;
- Após a demissão, Juan ficou dois anos na cadeia e, finalmente, conseguiu também fugir (para a liberdade).
- Alguns conhecidos meus, que romantizam o regime cubano e idolatram Fidel, vão a Cuba e contam maravilhas de lá. Eles devem seguir algum roteiro determinado, que não mostra a pobreza do povo cubano e a riqueza de seu governante ad aeterno.

AINDA SOBRE OS PINUS

O corte dos pinus às margens da BR-287, entre Santiago e Jaguari, impedirá que os veículos que saem da pista venham a se chocar contra essas árvores. 
Entre Santiago e Jaguari - exclusivamente. 
Entre Santiago e São Borja, entre Jaguari e Santa Maria, em todos os trechos da BR-287 e demais rodovias do país com árvores plantadas às suas margens tudo continuará como antes.
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O pinus é uma espécie exótica e invasora, toma o lugar das espécies nativas. Um estudo da ONU, conclui que a invasão biológica pode ser considerada atualmente a segunda maior causa de perda da biodiversidade no mundo. 
A primeira causa é a destruição e diminuição dos habitats naturais, levado a cabo pelo homem desde há dez mil anos com as atividades agropecuárias. Numa percentagem de 90%.
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Outras plantas exóticas mais ou menos invasoras:
ligustro, café, cinamomo, figueira, jambolão, ameixa amarela, quaresmeira, tipuana, eucalipto, pessegueiro, tomateiro, palmeira imperial, capim-gordura.
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O pinus foi plantado nas décadas de 60 a 80 em ações ditas "ecológicas".
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A estreita e extensa faixa de terra entre a Lagoa dos Patos e o Atlântico produz apenas duas espécies vegetais com fins econômicos: cebola e pinus. 


LAUDO PERICIAL PELO CORTE DOS PINUS

O Laudo Pericial nº 005/2014, realizado pela Assessoria Pericial da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão, inspecionando o trecho da BR 287, entre Santiago e Jaguari, destaca as seguintes observações:
- A rodovia BR-287, no trecho entre Jaguari e Santiago não possui "zona live de obstáculos" ao longo das faixas laterais da pista;
- É muito grande a quantidade de árvores de grande porte muito próximas à pista ao longo da rodovia;
- As informações e acidentes ocorridos no trecho, cujos dados foram levantados pela Polícia Rodoviária Federal, comprovam que nos acidentes em que ocorrem choques com árvores há agravamento dos danos à pessoa;
- Conforme indicado neste Laudo, é recomendável que o trecho possua "zona livre de obstáculos" entre 8,3 m e 10,0 m;
- A segurança dos veículos que trafegam no trecho é afetada negativamente pela presença de árvores de grande porte próximas à pista;
- A SOLUÇÃO PARA MELHORIA DO NÍVEL DE SEGURANÇA NESSE TRECHO DA BR-287 É REALIZAÇÃO PELO DNIT DE ESTUDO PARA REMOÇÃO DE TODAS AS ÁRVORES DE GRANDE PORTE PRÓXIMAS DA PISTA;
- Para que haja respeito à coisa julgada, há necessidade de que o DNIT providencie a elaboração de estudo prévio de impacto ambiental e do respectivo relatório, para que seja concedida licença para o corte de árvores ao longo da BR-287, no trecho entre Santiago e Jaguari.
O grifo acima é por minha conta, a partir do qual questiono o próprio laudo. 
Por que apenas as árvores de grande porte? Tal medida é imediatista,  sem perspectiva temporal. Apenas as árvores de "grande porte". Grosso modo, as árvores de médio porte hoje serão de grande porte amanhã. As de pequeno porte hoje serão de grande porte depois de amanhã. 
O item se contradiz com um dos anteriores, que recomenda "zona livre de obstáculos" entre 8,3 m e 10,0 m. Esses dez metros de cada lado da rodovia abarcam quase todos os pinus existentes às margens da BR-287. A recomendação desse item não diz respeito apenas às árvores de grande porte.
Isso se evidencia na conclusão b) do laudo:
"Considerando que afastar os obstáculos da pista, no caso, não é possível, a segunda opção, para melhorar a segurança viária é a colocação de defensas metálicas em TODOS OS LOCAIS onde não há uma 'zona livre de obstáculos' e existam árvores de grande porte próximas da pista".
(A conclusão a) é pela remoção de todas as árvores.)

terça-feira, 3 de junho de 2014

AS TRÊS ECOLOGIAS

Em A nova ordem ecológica, Luc Ferry disserta sobre as TRÊS correntes em que se estruturam os debates sobre ecologia, principalmente no mundo anglo-saxão ou germânico. 
A PRIMEIRA, mais banal e menos dogmática, parte da ideia de que, "através da natureza, é ainda e sempre ao homem que se tem de proteger". A destruição do meio natural só é condenável à medida que isso põe em risco o bem-estar ou a sobrevivência do homem. A posição é de indisfarçável antropocentrismo. A maioria dos ecologistas santiaguenses pertencem a essa linha de pensamento.
A SEGUNDA "dá um passo à frente na atribuição de um significado moral a certos seres não humanos". Fundamentada no princípio utilitarista, "segundo o qual é preciso não apenas  buscar o interesse próprio dos homens, mas de maneira mais geral tendem a diminuir ao máximo a soma dos sofrimentos no mundo". Menos antropocentrista, para essa corrente "todos os serres suscetíveis de prazer e de dor devem ser tidos como sujeitos de direito e tratados como tais". Exemplos santiaguenses: Eva Müller e Fátima Friedriczewski.
A TERCEIRA corrente caracteriza, por excelência, a chamada "ecologia profunda", reivindicando direitos para a natureza, inclusive em suas formas vegetal e mineral. Segundo Ferry, "o ecossistema - a 'biosfera' - é desde logo investido de um valor intrínseco bem superior ao de uma espécie em última análise perniciosa, a espécie humana". Essa corrente é "ecocêntrica" ou "biocêntrica", cujo melhor exemplo é o Greenpeace. 
Os debates sobre ecologia em Santiago ocorrem algumas vezes, em razão de alguma polêmica (como esta do corte ou não dos pinos da BR 287). 
As demandas pelo desenvolvimento emudecem todo discurso ecológico e inviabilizam toda ação contra o consumo desenfreado de recursos naturais. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

PINUS: CORTAR OU NÃO CORTAR?

O corte do pinus às margens da BR 287 tem uma única justificativa: ampliar a área de escape da rodovia. Escape do quê? Para quê? Escape dos veículos que saem fora da pista de rodagem, para permitir-lhes (isto é, a seus condutores) maior espaço de manobra. O estudo do DNIT concluirá pelo corte das árvores, as quais representam um obstáculo perigoso (para os veículos acidentados por um motivo qualquer). A ordem para plantá-las, diga-se de passagem, partiu de algum órgão que se encontra na genealogia do DNIT. Assim a contradição se instituiria a partir do governo - planta-se e corta-se -, tendo suscitado, no âmbito da sociedade santiaguense, uma grande polêmica em torno do assunto. De um lado, junta-se ao argumento da ampliação da área de escape o de que "o pinus não é uma árvore nativa", portanto, nada contra cortá-lo. Isso negaria o milenar esforço do homem em domesticar as plantas, transmudar e melhorar suas espécies. De outro lado, os argumentos são quantitativa e qualitativamente superiores. Sem o pinus, continuará o barranco de pedra ou o despenhadeiro (dentro da área de escape). Mais ou menos distante da rodovia, outras árvores continuarão a realizar a fotossíntese. Os condutores de veículos, por sua vez, continuarão a desobedecer às regras do trânsito, principalmente a da velocidade máxima permitida, não apenas correndo o risco de acidente, como o causando de uma forma efetiva, fatal. Minha posição é contrária ao corte do pinus, coerente com o que penso sobre a responsabilidade no trânsito, a qual cabe ao sujeito da ação de dirigir - o homem. Mesmo em pequena parte, a transferência da responsabilidade para o automóvel, para a via, para as árvores, para os animais, para os outros é que constitui a essência do problema.