A criança não sabe nos primeiros anos
de vida que morrerá um dia, até que alguém lhe conte uma história, ou lhe diga
a verdade sobre a morte. Mais tarde, ela testemunha a “partida” de uma pessoa da
família. Outros entes queridos morrem em sequência, a confirmar que esse é o
destino de todos, inclusive dela mesma.
A consciência tem um ônus reflexivo: a
inexorabilidade do próprio fim.
Ao pensar (e escrever) sobre o conteúdo
acima, ocorre-me a ideia de que nossa espécie, designada de humanidade, à semelhança
do indivíduo que passa saber de sua morte (mais ou menos próxima), também
adquire a certeza de sua extinção à medida que desenvolve a consciência e
conhece o mundo. Outras espécies pertencentes ao mesmo gênero já desapareceram,
como os neandertais (há tão somente trinta mil anos).
Independentemente de todo progresso que
vier alcançar em longevidade, a humanidade caminha sem volta para o próprio
fim. A presunção de permanência (ou imortalidade) ainda reflete um arroubo de
juventude. Logo a certeza será irrefutável.
A morte de nossa espécie (porque única)
significará o fim do gênero homo a
que ela pertence filogeneticamente.
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