segunda-feira, 27 de maio de 2019

DESCARTES, DÚVIDA E CERTEZA


         René Descartes não é o “pai da modernidade”. Esta já estava em andamento desde a invenção da imprensa (por Johannes Gutenberg), as grandes navegações, o renascimento, a revolução copernicana, a reforma religiosa, Nicolau Maquiavel, Michel de Montaigne e Francis Bacon, entre outros eventos que rompiam com o paradigma medieval.
   Depois de comprovado o heliocentrismo* (por Nicolau Copérnico), da indução e dos ídolos da mente (pensados por Bacon), todo o conhecimento passa a ser questionado, o que levou Descartes a instaurar a dúvida como método epistemológico.
         O fracasso da crença, da fé dogmatizante, abre espaço para a razão, que se entrona no poder com duas certezas peremptórias, que pertencem à metafísica: Eu e Deus.
    O duvidar racional ficou a meio caminho de um desenvolvimento pleno, falha que superestima a importância de Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud, Ludwig Wittgenstein, dos frankfurtianos, enfim, do pensamento chamado pós-moderno.

* O feito de Copérnico causou o que ficou conhecida como primeira frustração da humanidade, o fim de uma ilusão, notadamente alimentada pela Igreja Católica, de que a Terra era o centro do mundo – conforme reza o mito bíblico. (A segunda frustração seria provocada por Charles Darwin, e a terceira por Freud.)

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