A
crise política brasileira escancara um problema maior – a ingovernabilidade, que
está a ameaçar nossa democracia cantada e decantada.
O primeiro assombro do senso comum
(guiado por meia dúzia de intelectuais e pela mídia) é com o fascismo, com a
tirania.
A seta do tempo, contudo, aponta para o
outro lado, da ingovernabilidade, da anarquia.
O Brasil talvez se constitua hoje o caso
mais evidente dessa crise que se estende e se aprofunda, seguido de perto pela
Argentina.
O germe dessa ingovernabilidade se aloja
em muitos outros países democráticos, independentemente do seu sistema de
governo.
No Reino Unido, sua presença é
identificada na indecisão pelo Brexit e consequente demissão da
Primeira-Ministra, Theresa May.
Na França, ele se esconde nas costuras
dos coletes amarelos, para o desconforto de Emmanuel Macron.
Nos Estados Unidos da América, quem
diria, a ingovernabilidade perdurou por 35 dias, com o “shutdown”. Vozes
dissonantes são ouvidas na maior democracia do mundo, a clamar pelo impeachment de seu presidente. Uma coisa
inusitada para a cabeça de Tio Sam.
Na República dos Bruzundangas, o
bichinho já está cabeludo, resistente a toda intenção de governabilidade
efetiva.
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