sábado, 25 de maio de 2019

INGOVERNABILIDADE: UM BICHO CABELUDO


      A crise política brasileira escancara um problema maior – a ingovernabilidade, que está a ameaçar nossa democracia cantada e decantada.
        O primeiro assombro do senso comum (guiado por meia dúzia de intelectuais e pela mídia) é com o fascismo, com a tirania.
        A seta do tempo, contudo, aponta para o outro lado, da ingovernabilidade, da anarquia.
        O Brasil talvez se constitua hoje o caso mais evidente dessa crise que se estende e se aprofunda, seguido de perto pela Argentina.
        O germe dessa ingovernabilidade se aloja em muitos outros países democráticos, independentemente do seu sistema de governo.
        No Reino Unido, sua presença é identificada na indecisão pelo Brexit e consequente demissão da Primeira-Ministra, Theresa May.
        Na França, ele se esconde nas costuras dos coletes amarelos, para o desconforto de Emmanuel Macron.
        Nos Estados Unidos da América, quem diria, a ingovernabilidade perdurou por 35 dias, com o “shutdown”. Vozes dissonantes são ouvidas na maior democracia do mundo, a clamar pelo impeachment de seu presidente. Uma coisa inusitada para a cabeça de Tio Sam.
        Na República dos Bruzundangas, o bichinho já está cabeludo, resistente a toda intenção de governabilidade efetiva.

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