O problema da não previdência (previsão de futuro) do brasileiro é cultural (tudo que é assimilado pelo modus vivendi de uma comunidade, região, país).
Ele é decorrente de uma soma de características inatas ou também culturais, como a acomodação (para não dizer preguiça), física e intelectual. O homo brasiliensis só lembra Santa Bárbara quando troveja, tranca a porta depois de arrombada, poupa depois da dívida adquirida... Sua (re)ação é sempre tardia.
O governo (em todos os âmbitos) não é diferente, na medida em que é brasileiro. Até o ano passado, gastava-se no atacado. A Copa do Mundo, não se enganem, foi apenas um item de uma extensa relação perdulária. O crédito não cansava de "pintar na tela" (expressão de quem controla o Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI). O oba-oba fez crescer os olhos daqueles que querem ganhar sem trabalho, dos que querem lucrar com negócios ilícitos, dos ladrões (que fazem a ocasião). Aos gastos vultosos propiciados pelos administradores, somam-se as propinas e os roubos quase oficializados.
Depois das eleições, depois da passagem do ano, depois das férias e depois do Carnaval, eis 2015, com as portas arrombadas, com os cofres vazios.
Os caminhoneiros merecem o nosso reconhecimento, pela coragem que tiveram de se manifestar (de uma maneira pacífica, muito própria do espírito brasileiro). O governo federal deveria pensar antes, para evitar essa primeira crise do ano - ao contrário de se constituir na causa imediata.
Decididamente, somos pouco precavidos. Não pensamos e não agimos - necessariamente nessa ordem - antes de sermos forçados a fazê-lo pelos acontecimentos.
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