quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

"A SOCIEDADE É CULPADA"

O título acima é uma sentença  do presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do STF, Marco Aurélio Mello. Segundo essa alta autoridade, a sociedade "reclama do governo e se esquece de que quem colocou os políticos lá foi ela própria". 
(Mais uma vez, tiro o chapéu para a revista VEJA, que nos brinda com uma inteligente entrevista nas páginas amarelas.)
O motivo que me leva a fazer esta postagem é uma outra maneira de olhar para o problema político no Brasil, que não será resolvido com uma nova constituinte. Sabiamente, o entrevistado afirma que "não precisamos de novas normas", mas "precisamos é de homens, principalmente públicos, que observem as já existentes".
Já manifestei meu pensamento neste blog (e noutras publicações), que absolve a sociedade votante. A opção é engessada, feita entre dois ou três candidatos, A, B e C, que são indicados pelos partidos. Qualquer que seja a escolha, dirá a crítica mais tarde que a sociedade não sabe escolher. Se a opção pelo PT verifica-se hoje que foi um equívoco, da mesma forma se verificava no final do governo de FHC, do PSDB. 
Em duas décadas, a sociedade fez as duas opções, elegendo A (na primeira década) e B (na segunda). Os governos é que não responderam às expectativas da sociedade, estiveram aquém (à exceção dos primeiros anos de FHC e seu Plano Real). 
O ministro afirma que a sociedade é culpada. Por que reclama, ou por que elege os políticos que conduzem o governo? 
Como ela estaria certa? Não reclamando ou, numa nova escolha, elegendo os outros, o candidato da oposição? Essa última alternativa já ocorreu nas duas últimas décadas (como foi expresso acima) e não adiantou. 
Penso que a sociedade pode ser culpada, sim, pela irresponsabilidade, pela inconsequência. Todavia, esses defeitos são motivados pelos governantes ao longo de seus mandatos. 

  

Um comentário:

Arnaut Consultoria ISO 9001 disse...

Dou nota zero à análise do Ministro Marco Aurélio. Em poucas palavras: "Em quem é que já votamos, algum dia, que não tenha sido previamente escolhido por um partido político?"

Nosso voto, evidentemente, é "Voto de Cabresto", onde as cartas já forma marcadas.

De que me serve o Título Eleitoral? " No fogo ou na frigideira!"