Mais
de dois mil e trezentos anos separa a Ética
a Nicômacos, de Aristóteles, e A arte
da vida, de Zygmunt Bauman.
Qual é a relação entre essas duas obras?
Para
responder, transcrevo o seguinte excerto do Livro I da Ética a Nicômacos:
“Se há, então, para as ações que praticamos,
alguma finalidade que desejamos por si mesma, sendo tudo mais desejado por
causa dela, e se não escolhemos tudo por causa de algo mais [...], evidentemente
tal finalidade deve ser o bem e o melhor dos bens. Não terá, então, uma grande
influência sobre a vida o conhecimento desse bem? Não devemos, como arqueiros
que visam a um alvo, ter maiores probabilidades de atingir assim o que nos é
mais convincente? Sendo assim, cumpre-nos tentar determinar, mesmo sumariamente,
o que é este bem, e de que ciência ou atividade ele é o objeto. Aparentemente
ele é o objeto da ciência mais imperativa e predominante sobre tudo. Parece que
ela é a ciência política. [...] Este bem supremo é a felicidade”.
Do livro de
Bauman, destaco o título da extensa introdução, para associar os dois grandes
pensadores, a despeito do tempo que os separa:
“O que há de errado com a
felicidade?”.
Raramente, a felicidade é
admitida como o grande objetivo almejado a vida inteira. As pessoas correm por
fora (e perdem-se por dentro), sem alcançá-lo. “Na pista que leva à felicidade,
não existe linha de chegada”, adianta o sociólogo polonês. Isso ocorre pelo
pouco conhecimento que elas têm do que seja a felicidade, indagava o filósofo
de Estagira.
Como podem conhecer algo que inclui o outro, se não conhecem a si
mesmas? Neste espaço, venho insistindo na relevância do
autoconhecimento.
Caro
blogueiro, o que você pensa sobre a felicidade?
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