Os gregos do tempo de Parmênides consideravam bem distintas opinião (doxa) e verdade (aletheia).
Opinião todo mundo tem, principalmente quem passa a escrever (achando-se um avançado em assuntos de que tem pouco conhecimento).
O artigo de opinião é um gênero textual que domina o jornalismo nestes dias. Adaptou-se com ousada facilidade ao âmbito digital, onde melhor identifica os blogues (a princípio considerados "diários").
As opiniões abundam na Internet e nos impressos. A despeito de empregarmos a mesma língua, tão diversos são os estilos, as abordagens discursivas.
Com este blog e a coluna no Expresso Ilustrado, também contribuo para a grande algaravia em que se torna a realidade.
Mais de uma vez comparei essa confusão com uma babel ao contrário: língua única e discurso em excesso.
Cada um (que escreve) querendo alcançar o(s) céu(s), não mais se entendendo com o outro.
Ao mesmo tempo em que participo, faço a autocrítica (antecipando-me a uma possível remissão).
Na autocrítica, que constitui um diálogo comigo mesmo, percebo claramente não só a (para)doxalidade da produção escrita, mas também a impotência de todas as ideias expressas no sentido de mudar uma dada realidade.
Isso não é um problema moderno, ou pós-moderno, mas remonta à antiguidade, o que levou Platão (depois de Parmênides) a pensar no método dialético.
O objetivo da dialética é passar da aparência à essência, do sensível ao inteligível.
No século XIX, Marx percebeu a inoperância do pensamento sem a ação.
Hoje reconheço que nossas opiniões pessoais (ainda fundamentadas em parte no mito) são úteis para engrossar a cortina ante o real.
Incapacitados para o silêncio, tornamo-nos cada vez mais ruidosos. Discursivamente ruidosos.
Opinião todo mundo tem, principalmente quem passa a escrever (achando-se um avançado em assuntos de que tem pouco conhecimento).
O artigo de opinião é um gênero textual que domina o jornalismo nestes dias. Adaptou-se com ousada facilidade ao âmbito digital, onde melhor identifica os blogues (a princípio considerados "diários").
As opiniões abundam na Internet e nos impressos. A despeito de empregarmos a mesma língua, tão diversos são os estilos, as abordagens discursivas.
Com este blog e a coluna no Expresso Ilustrado, também contribuo para a grande algaravia em que se torna a realidade.
Mais de uma vez comparei essa confusão com uma babel ao contrário: língua única e discurso em excesso.
Cada um (que escreve) querendo alcançar o(s) céu(s), não mais se entendendo com o outro.
Ao mesmo tempo em que participo, faço a autocrítica (antecipando-me a uma possível remissão).
Na autocrítica, que constitui um diálogo comigo mesmo, percebo claramente não só a (para)doxalidade da produção escrita, mas também a impotência de todas as ideias expressas no sentido de mudar uma dada realidade.
Isso não é um problema moderno, ou pós-moderno, mas remonta à antiguidade, o que levou Platão (depois de Parmênides) a pensar no método dialético.
O objetivo da dialética é passar da aparência à essência, do sensível ao inteligível.
No século XIX, Marx percebeu a inoperância do pensamento sem a ação.
Hoje reconheço que nossas opiniões pessoais (ainda fundamentadas em parte no mito) são úteis para engrossar a cortina ante o real.
Incapacitados para o silêncio, tornamo-nos cada vez mais ruidosos. Discursivamente ruidosos.
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