Com saudade o amor se espiritualiza, ganha uma dimensão que ultrapassa os limites da realidade (não mais inocente). Passado e futuro se fundem ao presente, dando ao tempo a ubiquidade do sonho, onde a lembrança e o desejo perdem suas referências. Em volta daquele que ama (com saudade), as coisas adquirem uma leveza antes não experenciada. A aparente "falta de chão" em que ele anda decorre do dilatamento do espaço, determinado, por sua vez, pela expansão temporal. Como fio de Ariadne, as palavras o levam à pessoa amada. Independentemente do meio e do gênero textual, elas diminuem a distância de espaço e de tempo.
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