A esperança é irmã do otimismo, e ambos são filhos do desejo do homem. A "família" vive a um passo da utopia, descontente com a realidade (que a incomoda dia e noite).
Por isso, ao fecho de um ano, ao fecho de uma realidade determinada, esperança e otimismo se regozijam num abraço fraterno. A alegria é geral, envolvendo realistas, pessimistas e catastrofistas, que também brindam o próximo ano.
Independentemente das coisas boas que ocorreram no ano passado, como a colheita rentável, a promoção no trabalho e a conclusão do curso superior, os filhos do desejo querem mais e mais. A insatisfação com o presente os identifica, bem como a crença no futuro. São ingratos com a fortuna recebida, ressentidos com o infortúnio (em que se enquadra o sonho não realizado).
Essa falta de agradecimento ao ano velho infere que o muito da esperança foi malogrado, que o muito do otimismo dobrou-se ao peso da realidade.
A chegada de um ano novo constitui uma oportunidade extraordinária para outro sonho, para desejar uma coisa (que se torna boa pela chancela do desejo).
Como racional, antecipo que 2013 não será muito diferente de 2012. Esses números não passam de uma convenção da cultura ocidental. Há um tempo contínuo que não se fragmenta, como se o 31 de dezembro e o 1º de janeiro fossem apenas um dia após o outro, tão iguais e tão dessemelhantes quanto sói ocorrer com qualquer outra sequência temporal.
A lógica é irmã do realismo, e ambos são filhos da razão do homem.
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