No sábado, fui a um casamento de dois jovens evangélicos. No discurso que oficializou a união religiosa, o pastor citou versículos do Eclesiastes e de João (segundo).
Do primeiro livro, capítulo 4, versículos 9, 10 e 12:
"Melhor dois do que um, porque eles têm boa recompensa pelo seu trabalho árduo. Pois, se um deles cair, o outro pode levantar seu associado. Mas, como será com apenas aquele um que cai, não havendo outro para levantá-lo? E se alguém levar de vencida a um que está só, dois juntos poderiam manter-se de pé contra ele. E um cordão tríplice não pode ser prontamente rompido em dois".
Do segundo, capítulo 2, versículos de 1 a 10. Nesse trecho, narra-se as bodas de Caná da Galileia, quando Jesus transformou água em vinho.
No jantar que se seguiu à solenidade religiosa, todavia, não havia vinho, mas água e refrigerante. A propósito, a falta de bebida alcoólica e de dança foram as únicas diferenças para um casamento católico.
Referindo-me às bodas citadas na Bíblia, um rapaz evangélico que compartilhava da mesma mesa me assegura que o vinho transformado não continha álcool, qual (sempre preferível a "como") um suco de uva.
O ateu é sempre considerado um debatedor inoportuno, uma vez que apela para argumentos insofismáveis, irretorquíveis, não perdendo o azo de contradizer por contradizer. Pois sou diferente, aprendi a ser ético no ateísmo, transcendendo o prevalecimento de tripudiar sobre um criacionista, por exemplo.
Para não abrir uma discussão inútil, fingi concordar que o vinho, milagrosamente transformado por Jesus, não continha álcool.
Não bastasse a língua, a própria história bíblica nega a interpretação do jovem conviva. Vinho foi traduzido do grego "oinos", que significa vinho (qual o conhecemos, fermentado).
Nas discussões que mantenho com interlocutores cristãos, emprego a mesma fonte bíblica citada por eles. No Gênesis, milhares de anos antes de Jesus, as filhas de Lot embebedaram o velho pai com vinho, para fazer o que fizeram (19: 35). (Incesto abençoado por Jeová.) Em Cantares, 7: 9, afirma-se que o bom vinho "faz falar os lábios dos velhos".
Nas discussões que mantenho com interlocutores cristãos, emprego a mesma fonte bíblica citada por eles. No Gênesis, milhares de anos antes de Jesus, as filhas de Lot embebedaram o velho pai com vinho, para fazer o que fizeram (19: 35). (Incesto abençoado por Jeová.) Em Cantares, 7: 9, afirma-se que o bom vinho "faz falar os lábios dos velhos".
No dia em que aconteceu o milagre, narra-se que o bom vinho foi levado ao dono da festa para que ele o provasse. Não há provadores de suco de uva, qualquer um poderá fazê-lo.
Outra saída de meus interlocutores cristãos é de suprimir toda a referencialidade objetiva do discurso bíblico, o qual não passaria de uma alegoria, de uma metáfora. O vinho não seria vinho, mas alegria (por exemplo). Assim fica difícil!
No caso do vinho sem álcool, penso que é para justificar (racionalizar) a proibição de se ingerir bebida alcoólica, rigorosamente seguida pelos evangélicos.
No caso do vinho sem álcool, penso que é para justificar (racionalizar) a proibição de se ingerir bebida alcoólica, rigorosamente seguida pelos evangélicos.
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