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Era a ironia de Sócrates uma fórmula de rebelião ou de ressentimento popular? Saboreia a sua própria ferocidade de oprimido na punhalada do silogismo? Vinga-se dos grandes aos quais fascina? O dialético tem na mão um instrumento implacável; com ele pode-se interpretar o tirano; compromete o adversário ao obter o triunfo. O dialético coloca seu antagonista na condição de provar que não é idiota; enfurece e ao mesmo tempo impede todo socorro. O dialético degrada a inteligência de seu adversário. A dialética de Sócrates era tão-somente uma forma de vingança?
(Do livro O crepúsculo dos ídolos, de F. Nietzsche.)
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