terça-feira, 6 de setembro de 2011

O PROBLEMA DE SÓCRATES (4)

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As licenciosidades que confessa e a anarquia dos instintos não são os únicos indícios de decadência em Sócrates: também constitui um indício a superfetação do lógico e essa malícia raquítica que o distingue. Não olvidemos tampouco as alucinações auditivas que sob o nome de demônio de Sócrates receberam uma interpretação religiosa. Tudo era nele exagerado, bufão, caricaturesco tudo, ademais, pleno de segundas intenções, de subterrâneos. Quisera adivinhar de que idiossincrasia pôde nascer a equação socrática: razão = virtude = felicidade, a mais extravagante das equações e contrária, em particular, a todos os instintos dos antigos helenos. 

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