sábado, 3 de setembro de 2011

O PROBLEMA DE SÓCRATES (1)

A partir de hoje, transcreverei neste espaço eletrônico cada um dos aforismos que compõem o capítulo "O problema de Sócrates", do livro O Crepúsculo dos ídolos (ou a filosofia a golpes de martelo), de F. Nietzsche. O que há de interessante para ser transcrito? Uma visão desmistificadora, coerente com a grande proposta da filosofia nietzschiana: a transmutação de todos os valores.
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Em todos os tempos os sábios fizeram o mesmo juízo da vida: ela não vale nada... Sempre em toda parte ouvimos sair de suas bocas a mesma palavra - uma palavra repleta de dúvida, repleta de melancolia, repleta de cansaço da vida, repleta de resistência contra a vida. Mesmo Sócrates disse ao morrer: "Viver - é estar há muito tempo enfermo: devo um galo a Esculápio libertador". Mesmo Sócrates tivera o bastante disso. - O que isso demonstra? O que isso mostra? Outrora se teria dito ( - oh, e se disse, e muito alto, e nossos pessimistas em primeiro lugar!): "É necessário que haja aqui algo de verdadeiro! O consensus sapientium demonstra a verdade". - Falamos assim ainda hoje? Podemos? "É preciso em todos os casos que haja aqui alguma coisa de enfermo" - eis nossa resposta: esses sábios entre os sábios de todos os tempos, seria mister primeiramente vê-los de perto! Talvez não estivessem firmes sobre suas pernas, talvez fossem retardatários, vacilantes, decadentes? A sabedoria quem sabe aparecesse sobre a Terra como um corvo, ao qual um ligeiro odor de carniça entusiasma?...

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Froilam, que falta sinto de prosear contigo! Nos bancos acadêmicos, perdíamos 'tiempo' com besteiras do tipo "provas", que não provam nada! Estou arrancando os poucos cabelos que me restam, pra concluir uma monografia que, à priori, irá engravidar gavetas, na penumbra quente de um arquivo qualquer!
Silveira