O terceiro capítulo do Guia politicamente incorreto da História do Brasil, com o título Pequena coletânea de bobagens dos nossas grandes autores, começa com esta introdução:
"Intelectuais famosos nem sempre são geniais. Cometem besteiras em troca de dinheiro, adotam ideologias da moda que se revelam loucura e escrevem coisas de que depois se arrependem. Erram principalmente quando jovens, o que é de esperar. Mas alguns insistem no erro até a velhice, sustentanto toda a sua obra em equívocos fundamentais. Quando entram para a história, passam por uma triagem que ao longo dos anos retira imperfeições, feitos medíocres e detalhes bizarros. Nas biografias e nos verbetes de enciclopédias, ficam somente os cachos vistosos do bom-mocismo. É uma pena. As frutas podres contam boas histórias sobre a época e a personalidade dos artistas - além de serem bem divertidas".
O autor do Guia expõe algumas poucas e boas dos seguintes escritores: Machado de Assis, José de Alencar, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Gilberto Freire, Gregório de Matos e Euclides da Cunha.
Machado de Assis "foi censor do Conservatório Dramático, o órgão da corte do imperador dom Pedro II encarregado de julgar as peças que poderiam ser levadas ao público". Portanto, Machado era "censor do Império".
José de Alencar, que era deputado no Rio de Janeiro, eleito pelo Ceará, publicou sete cartas dirigidas a dom Pedro II, das quais três tratam abertamente da defesa da escravidão negra no Brasil. "De acordo com José de Alencar, toda nova civilização da história floresceu por meio da escravidão de civilização decadente."
"Quando tinha 28 anos, o baiano Jorge Amado conseguiu defender, ao mesmo tempo, dois dos maiores tiranos do século 20: Adolf Hitler e Josef Stalin.[...] Amado virou redator da página de cultura do Meio-Dia, então jornal de propaganda nazista no Brasil. [...] No livro Navegação de Cabotagem, Jorge Amado mostra por que admirava o líder político baiano Antonio Carlos Magalhães."
"Numa crônica de 1921, o autor de Vidas Secas defendeu que o futebol era uma moda passageira que jamais pegaria no Brasil. [...] Graciliano Ramos "ainda pediu aos jovens que esquecessem o esporte e resgatassem, em nome da cultura brasileira, atividades nacionais que andavam esquecidas, como a queda de braço e a rasteira."
Gilberto Freire escreveu "que o Brasil deveria seguir a Argentina e clarear a população". Num trabalho acadêmico, embrião de Casa-Grande & Senzala, Freire elogiou o esforço dos "cavalheiros da Ku Klux Klan americana".
"Gregório de Matos era um dedo duro. [...] O poeta odiava negros, índios e judeus." Seus poemas satíricos denunciavam os "hereges" aos padres católicos.
Sobre Euclides da Cunha, o Guia expõe o lado perverso do escritor com a própria família. Em sua expedição à Amazônia, deixou "a mulher no Rio de Janeiro, sem dinheiro e sem casa para abrigar os três filhos. Anna da Cunha [...] teve que colocar os dois filhos mais velhos num colégio interno e se mudar com o caçula para uma pensão barata". Nessa pensão, ela conheceu Dilermando de Assis. Enviado a Canudos pelo jornal A Província de S. Paulo, Euclides mandava de lá "uma mistura de informações erradas e atrasadas sobre o conflito".
Um comentário:
Eu tenho o livro, mas nao está comigo agora. Li agora uma materia falando de um jogador do botafogo que levou um tiro de Euclides da Cunha e ganhou do fluminense, jogando com a bala na espinha. Voce poderia me relembrar se tem algo sobre isso no livro? O nome do jogador é Dinorah.
Postar um comentário