sexta-feira, 3 de junho de 2011

GUIA POLITICAMENTE INCORRETO

Mais uma vez, expresso meu gosto por livros que desmi(s)tificam. O Guia politicamente incorreto da História do Brasil, de Leandro Narlock, encaixa-se nesse tipo. Leitura agradável. O primeiro capítulo dedicado à história dos "índios" e o segundo, aos negros (que estou lendo agora). Transcrevo abaixo alguns rápidos excertos do livro:
"Quem mais matou índios foram os índios";
"De repente, porém, aconteceu um fato extraordinário. Apareceram no horizonte enormes ilhas de madeira, que eram na verdade canoas altas cheias de homens estranhos. Numa quarta-feira ensolarada do sul da Bahia, duas pontas da migração do homem pela Terra, que estavam separadas havia 50 mil anos, ficaram frente a frente. Os milênios de isolamento dos índios brasileiros tinham enfim acabado";
"Até o descobrimento, não havia coqueiros no Brasil";
"Os portugueses trouxeram de presente para os índios um lobo que tinha sido domesticado fazia 14 mil anos, no sul da China";
"O mito do índio como um homem puro e em harmonia com a natureza já caiu faz muito tempo, mas é incrível como ele sempre volta";
"O homem apontado como o primeiro sifilítico da Europa é justamente um navegador: Martín Afonso Pinzón, comandante da caravela Pinta [...] Pinzón teria feito sexo com índias na ilha Hispaniola";
"A floresta era o maior inimigo dos índios";
"Os bandeirantes ganharam recentemente o papel dos grandes facínoras";
"Os acusados merecem um novo julgamento";
"Os padres se esforçavam, nos comunicados às autoridades espanholas, para retratar os sertanejos como demônios";
"A maioria dos índios abandonou os jesuítas não tanto por causa da violência dos ataques paulistas, mas por falta de confiança nos padres e cansaço de suas normas cristãs".
"Por volta de 1830, o escravo José Francisco dos Santos conquistou a liberdade. Depois de anos de trabalho forçado na Bahia, viu-se livre da escravidão, provavelmente comprando sua própria carta de alforria ou ganhando-a de algum amigo rico. Estava enfim livre do sistema que o tirou da África quando jovem, jogou-o num navio imundo e o trouxe amarrado para uma terra estranha. José tinha uma profissão - havia trabalhado cortando e costurando tecidos, o que lhe rendeu o apelido de 'Zé Alfaiate'. No entanto, o ex-escravo decidiu dar outro rumo a sua vida: foi operar o mesmo comércio do qual fora vítima. Voltou à África e se tornou traficante de escravos".

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