Uma tarefa difícil achar tempo para ler, blogar, jogar xadrez, cozinhar, ver um filme e sair um pouco. Todas essas opções (obrigatórias ou facultativas) para preencherem meu tempo de folga.
Hoje, por exemplo, dediquei mais tempo à leitura.
Dessa forma, concluí Onde andará Dulce Veiga?, de Caio F. Abreu. O romance é um gênero literário, como o é o conto, a crônica, o poema... Como é mais demorada sua leitura, tenho por hábito acompanhá-la com um lápis à mão. Com um olho na forma e outro no conteúdo, faço muitas anotações nos espaços livres da folha ou nas páginas em branco no final. Onde andará Dulce Veiga? apresenta a fala dos seguintes personagens: narrador (alterego do Caio); Castilhos (chefe de redação do jornal Diário da Cidade, onde trabalha o narrador); Teresinha O'Connor (colunista); Rafic (diretor-proprietário do jornal); Silvinha (mulher de Rafic); Márcia Felácio (líder da banda Márcia Felácio e as Vaginas Dentadas); Patrícia (componente da banda e amante de Márcia); Jandira de Xangô (vizinha do narrador que lê búzios); Jacir ou Jacyra (filho travesti de Jandira); Dulce Veiga (cujo nome é repetido 201 vezes ao longo do romance); Alberto Veiga (ex de Dulce Veiga, homossexual); Saul (ex de Dulce Veiga); Pedro (paixão vivida pelo narrador, que vive o dilema da homossexualidade); Dora (prostituta que sexo oral com o narrador); Lilian Lara (artista carioca, amiga de Dulce); e outras de menor importância (como Filemon e Pai Tomás). O cenário principal é São Paulo (capital), com uma rápida passagem pelo Rio de Janeiro e o final em Estrela do Norte, cidadezinha no interior do Brasil. O narrador é o fio que liga uma célula dramática a outra, o que melhor caracteriza a novela. Às vezes, participando dialogicamente; às vezes, num monólogo interior (direto ou indireto). Sob o efeito do álcool ou da cocaína, o narrador vê Dulce Veiga em diversos lugares e situações, sem, contudo, alcançá-la. Nesses momentos, a narrativa do Caio reflete o realismo mágico que fez escola na América Latina, principalmente com García Márquez e Julio Cortázar. Cortázar exerceu grande influência sobre a ficção de Caio, bem como Clarice Lispector. Em quatro passagens, ao longo do romance, o narrador menciona o Passo da Guanxuma (Santiago). Na última, quase desistindo de procurar Dulce Veiga, o narrador conclui que o melhor seria "voltar para São Paulo, enterrar de vez tudo aquilo, procurar outro emprego, talvez voltar para o Passo da Guanxuma, de onde nunca deveria ter saído". O narrador é um repórter novato no Diário da Cidade, incumbido por Rafic de encontrar Dulce Veiga. O périplo realizado por ele lembra Todos os nomes, de José Saramago, cuja personagem também procura por uma mulher desconhecida.
Agora, feita a postagem sobre o romance lido, devo fazer nova escolha para a leitura dos próximos dias.
Hoje, por exemplo, dediquei mais tempo à leitura.
Dessa forma, concluí Onde andará Dulce Veiga?, de Caio F. Abreu. O romance é um gênero literário, como o é o conto, a crônica, o poema... Como é mais demorada sua leitura, tenho por hábito acompanhá-la com um lápis à mão. Com um olho na forma e outro no conteúdo, faço muitas anotações nos espaços livres da folha ou nas páginas em branco no final. Onde andará Dulce Veiga? apresenta a fala dos seguintes personagens: narrador (alterego do Caio); Castilhos (chefe de redação do jornal Diário da Cidade, onde trabalha o narrador); Teresinha O'Connor (colunista); Rafic (diretor-proprietário do jornal); Silvinha (mulher de Rafic); Márcia Felácio (líder da banda Márcia Felácio e as Vaginas Dentadas); Patrícia (componente da banda e amante de Márcia); Jandira de Xangô (vizinha do narrador que lê búzios); Jacir ou Jacyra (filho travesti de Jandira); Dulce Veiga (cujo nome é repetido 201 vezes ao longo do romance); Alberto Veiga (ex de Dulce Veiga, homossexual); Saul (ex de Dulce Veiga); Pedro (paixão vivida pelo narrador, que vive o dilema da homossexualidade); Dora (prostituta que sexo oral com o narrador); Lilian Lara (artista carioca, amiga de Dulce); e outras de menor importância (como Filemon e Pai Tomás). O cenário principal é São Paulo (capital), com uma rápida passagem pelo Rio de Janeiro e o final em Estrela do Norte, cidadezinha no interior do Brasil. O narrador é o fio que liga uma célula dramática a outra, o que melhor caracteriza a novela. Às vezes, participando dialogicamente; às vezes, num monólogo interior (direto ou indireto). Sob o efeito do álcool ou da cocaína, o narrador vê Dulce Veiga em diversos lugares e situações, sem, contudo, alcançá-la. Nesses momentos, a narrativa do Caio reflete o realismo mágico que fez escola na América Latina, principalmente com García Márquez e Julio Cortázar. Cortázar exerceu grande influência sobre a ficção de Caio, bem como Clarice Lispector. Em quatro passagens, ao longo do romance, o narrador menciona o Passo da Guanxuma (Santiago). Na última, quase desistindo de procurar Dulce Veiga, o narrador conclui que o melhor seria "voltar para São Paulo, enterrar de vez tudo aquilo, procurar outro emprego, talvez voltar para o Passo da Guanxuma, de onde nunca deveria ter saído". O narrador é um repórter novato no Diário da Cidade, incumbido por Rafic de encontrar Dulce Veiga. O périplo realizado por ele lembra Todos os nomes, de José Saramago, cuja personagem também procura por uma mulher desconhecida.
Agora, feita a postagem sobre o romance lido, devo fazer nova escolha para a leitura dos próximos dias.
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