Caríssimos visitantes, as primeiras reflexões que fiz por escrito remontam aos anos oitenta. Tão somente duas décadas mais tarde, surgiu-me a oportunidade nos jornais e no âmbito eletrônico, meios onde passei a publicar uma síntese da crítica que faço à sociedade consumista do nosso tempo. Com a minha superação do homo religiosus, adquiri o direito de apontar para a contradição do grande rebanho, que segue sem o menor problema de consciência a dois senhores. Deus encontra-se representado pela fraternidade, pela espiritualidade e, principalmente, pelo seu filho, o Menino Jesus. Mamom, representado pelo materialismo, pelo afã de ter, pela neura mercadológica, cuja figura central é o Papai Noel. Por que os líderes cristãos, notadamente, os católicos, não se manifestam contra esse velhinho-propaganda que tomou lugar do Menino? Recém em 2010, uma cidade da Alemanha (sempre revolucionária), chamada Paderborn, tornou-se “zona livre de Papai Noel”. A justificativa é simples (e verdadeira): “ele representa a indústria do consumo”. Recém em 2010, um bispo argentino, chamado Fabriciano Sigampa, fala abertamente às crianças de Resistência que Papai Noel não existe. Essa autoridade católica exige que seja decretada a inexistência do que, na realidade, não existe. Não obstante toda a evolução racional já experimentada pelo homem, ainda ele é facilmente dominado por superstições, mitos, crenças, coisas que deveriam ter sido superadas pelo processo civilizador. Na hora de encontrar um culpado por qualquer infelicidade, apontam a razão (a ciência, a técnica). A razão produz saber e ferramenta, o que não é suficiente perante outros fatores humanos, como a fé, o desejo, o caráter, todos com poder absoluto sobre a ainda novata racionalidade. Pensem nisso, caríssimos visitantes.
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