Transcrevo de Carlos Nejar, Livro de Silbion, décimo canto, Construção da Aurora, poema 11:
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E a poesia é a sombra que nos espera
de um outro tempo, de um outro tempo
na chegada da noite.
É a sombra que espera
a chegada do vento.
.
E o vento a ama
sem fuga, sem manhã, sem plenilúnio
como o amante que abraça a amante triste.
E é vento
e é paixão de altas torres,
de águias consteladas
em seus cabelos acesos.
.
E tu, poeta, encantador de imagens e palavras,
ensinarás sua dança de sombras,
sua dança de pássaros e sombras,
sua dança de homens e de anjos
ao compasso do mar.
.
E o mar é outro.
.
O que me fascina nesse poema é o aposto de poeta, "encantador de imagens e palavras". Inigualável.
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