O imbróglio político criado em Honduras (pela deposição de seu presidente) gerou, no Brasil, um protesto apaixonado contra o que consideram uma ameaça à democracia. Em Santiago, vozes se elevaram em defesa de Manuel Zelaya, transformando-o em vítima de um golpe execrável.
Como cidadão, também usufruo do direito de expressão,mas me contive ate hoje (impressionado com o discurso dos pseudo-democratas).
Lendo o artigo de Percival Puggina, Bananada em Honduras, publicado no Zero Hora deste domingo, encontro argumento para perguntar o que fez Zelaya. Ele pretendia modificar umas das melhores constituições da América para continuar no poder.
A Magna Carta hondurenha estabelece que "quem foi presidente nunca poderá candidatar-se a novo mandato". Seu artigo 239 assegura que "quem quebrar esse preceito ou propuser sua reforma, bem como aqueles que o apoiem direta ou indiretamente, cessarão de imediato no desempenho dos respectivos cargos". Zelaya fez isso, ao convocar um plebiscito para mudar a norma constitucional (num surto chavista). Quando a Suprema Corte lhe mostrou a Carta, escreve Puggina, "subiu no palanque e chutou o balde", gritando que não obedecia ao Supremo Tribunal. Ato contínuo, "destituiu o chefe do Estado Maior que lhe recusava as tropas para realizar a votação".
Zelaya foi o golpista, o provocador do golpe dados pelos outros poderes ao destituí-lo.
Por que os defensores da democracia não discursam por esse viés, ao invés de explorarem o fato de seus ouvintes/ leitores ignorarem as razões que motivaram a crise em Honduras?
Um comentário:
Interessante argumento.
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