PAPO DE HOMEM - Em vista da crescente sexualização de nossa sociedade, sobressaem-se três tipos de homem: os que só pensam naquilo, não conseguindo controlar seu apetite sexual; os que, pensando naquilo, ora refreiam a própria libido, ora são arrastados por ela ao estágio anterior; e os que têm o controle sobre si mesmo. Num bate-papo informal, alguém me diz que o primeiro trai porque é de sua natureza não resistir, sem o mínimo constrangimento; o segundo trai, mas se arrepende; e o terceiro nunca trai. Tamanha é sua imperturbabilidade nesse último estágio, que uma Juliana Paes se ofereceria sem qualquer chance de provocar-lhe uma recaída. Achei interessante a classificação do meu interlocutor pela semelhança com as estruturas determinadas por Freud para o nosso aparelho psíquico: id, ego e superego. O id é equivalente a “eu quero”; o ego, a “eu quero, mas não devo” (não necessariamente nessa ordem); e o superego, a “não deve”. O ego é um joguete entre instinto e moral. Para não parecer pedante, falando tais coisas, aderi aos seus argumentos com a impossibilidade de haver traição sem envolvimento afetivo. Obviamente, essas nossas teses foram elaboradas a partir de experiências pessoais, tendência metodológica não superada pelo próprio criador da Psicanálise (Freud). O indivíduo é suscetível de evoluir de um estágio a outro da deformidade comportamental tipificada como crime (pedofilia, estupro) à sublimação, processo que desvia a energia libidinal para outro fim (arte, esporte, negócio). Os extremos acima, no entanto, não caracterizam a maioria. O homem do senso comum vive o dilema do ego, entre “pular a cerca”, revivendo o prazer de uma natureza caçadora, e ser fiel a sua mulher.
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