Quando tu me amas
Sentidos ganham sons.
Entregue a ti
Despeço-me de mim
Para dançar
A valsa das horas
Em teu corpo...
Nossas almas unidas
Em sombras
Visitam a aleluia celeste
Transluminada de estrelas...
Já não temos sexos
Nem idades
Não conhecemos os dias
Nem as horas,
E o poema surge
A duas mãos
Escrito na carne
Sem nenhuma palavra.
OOO
Desafio aos blogueiros: quem escreveu o poema acima? Uma dica apenas: constitui uma das mais belas promessas na poesia produzida em Santiago. Sem exagero. Veja a beleza e profundidade destes excertos:
ooo
...
devolve na cruz
ao vate
a voz
santa vigília
na noite
da criação
depois do cansaço
eleva teus braços
em rendição
abre tuas palmas
e bebe no
cálice
o orvalho copioso
de tua paixão!
...
lábios que tocaram
o elo de um
pacto sagrado...
ooo
lembrei de
outros tempos
em que via
beleza poética
até nos naufrágios...
ooo
agora, o espanto...
na cólera violenta
das ondas
quando rebentam
nas pedras!
oooo
Poesia tem que ser assim: com metáforas, metáforas e metáforas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário