terça-feira, 20 de novembro de 2007

CAMÕES, BÁRBARA, JÉSSICA...

Hoje dei uma aula de Literatura que, modéstia à parte, cativou a turma do PEIES. Do Trovadorismo ao Renascimento, com um destaque para o Luís, aquele que escreveu o maior poema épico da Língua Portuguesa (que não admito ser grafada com iniciais minúsculas, isso não pode ocorrer com o nome da minha pátria e do Fernando). Recitei a famosa estrofe dOs lusíadas
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Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
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Uma aluna não resiste e comenta que eu deveria ser ator também. Jéssica pede um poema lírico de Camões. Agora sou eu que não resisto e
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Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dóis e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
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É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder:
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É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata a lealdade.
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Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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Bárbara confessa que adora teatro e que vai representar numa peça de Shakespeare. Julieta, claro. Tiago acusa o sumiço do ursinho dele. Letícia e Tayane estão impossíveis. Tamara é tão quietinha, doce menina. Eduardo é inteligente e namorador, conheço-o de outras aulas. Jaíne é encantadora. De certa forma esses adolescentes são assim: inteligentes e encantadores. Saí da sala feliz.

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