domingo, 31 de março de 2013

ARLINDO L.DISCONZI NO ZH

Outro santiaguense em destaque no Zero Hora deste fim de semana: o doutor Disconzi. Página 16, frase Do Leitor
"Aqueles que são a favor do aborto, agradeçam a sua genitora que não pensava assim, quando estavam em seu útero totalmente indefeso".
Em defesa da vida, o dr. Disconzi é de uma coerência a toda prova. Profundamente religioso, expressa seu pensamento acima apoiado numa lógica ao mesmo prática e transcendente.
(Lógica na medida em que todos nós, como indivíduos conscientes, somos prova de um aborto não realizado.)

sábado, 30 de março de 2013

BRENO SERAFINI NO CULTURA

O santiaguense Breno Serafini, poeta e doutor em Letras, publica um artigo na segunda página do caderno Cultura (ZH) deste sábado. Mais uma vez, o escritor rende homenagens a Millôr Fernandes, tese de seu doutorado na UFRGS. O humor de Millôr se distingue pela síntese filosófico-poética. Isso é que atraiu Serafini, poeta-pensador. 

quarta-feira, 27 de março de 2013

O MITO NOS ALIMENTA

O costume de consumir carne de peixe na Sexta-feira Santa é determinado pelo mito, como tantos outros costumes facilmente observáveis em nosso viver cotidiano. Todavia, orgulhamo-nos da racionalidade que nos distingue humanamente. 

terça-feira, 26 de março de 2013

OPINIÃO E VERDADE

Os gregos do tempo de Parmênides consideravam bem distintas opinião (doxa) e verdade (aletheia). 
Opinião todo mundo tem, principalmente quem passa a escrever (achando-se um avançado em assuntos de que tem pouco conhecimento). 
O artigo de opinião é um gênero textual que domina o jornalismo nestes dias. Adaptou-se com ousada facilidade ao âmbito digital, onde melhor identifica os blogues (a princípio considerados "diários"). 
As opiniões abundam na Internet e nos impressos. A despeito de empregarmos a mesma língua, tão diversos são os estilos, as abordagens discursivas. 
Com este blog e a coluna no Expresso Ilustrado, também contribuo para a grande algaravia em que se torna a realidade. 
Mais de uma vez comparei essa confusão com uma babel ao contrário: língua única e discurso em excesso.
Cada um (que escreve) querendo alcançar o(s) céu(s), não mais se entendendo com o outro. 
Ao mesmo tempo em que participo, faço a autocrítica (antecipando-me a uma possível remissão). 
Na autocrítica, que constitui um diálogo comigo mesmo, percebo claramente não só a (para)doxalidade da produção escrita, mas também a impotência de todas as ideias expressas no sentido de mudar uma dada realidade. 
Isso não é um problema moderno, ou pós-moderno, mas remonta à antiguidade, o que levou Platão (depois de Parmênides) a pensar no método dialético. 
O objetivo da dialética é passar da aparência à essência, do sensível ao inteligível. 
No século XIX, Marx percebeu a inoperância do pensamento sem a ação. 
Hoje reconheço que nossas opiniões pessoais (ainda fundamentadas em parte no mito) são úteis para engrossar a cortina ante o real. 
Incapacitados para o silêncio, tornamo-nos cada vez mais ruidosos. Discursivamente ruidosos. 

FEITO HOMEM


o homem
não demarca território
feito cão
(a privada
onde mija
é pública)

ainda lavra
escritura
do que é seu

marca
           cerca
mata
           morre

feito homem

segunda-feira, 25 de março de 2013

MABEL E ÁGATHA




Mabel Christensen é o nome dessa arrojada amazona, que salta com a tobiana Ágatha pelo Círculo Militar Expedicionário Weber de Santa Rosa (RS). A menina (de 9/10 anos de idade) participou da Temporada Hípica da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, realizada na carriere da Reiuna, nesse fim de semana.  

sexta-feira, 22 de março de 2013

RECOMENDO


Este ano, em razão do curso de Filosofia, obriguei-me a diminuir o volume de leitura. O estudo exige reflexões, questionamentos, silêncios... 
Ao receber o livro História concisa da Revolução Russa, de Richard Pipes, todavia, não titubeei para começar a lê-lo. Depois de quase cem páginas, já posso classificá-lo como recomendável.
Richard Pipes é polonês, emigrado para os Estados Unidos, onde lecionou História em Harvard.  

quinta-feira, 21 de março de 2013

MANHÃS AZUIS


A partir de agora, as manhãs serão mais límpidas, azuis especialmente. Apenas olhos especiais, todavia, são capazes de percebê-las assim. O fenômeno - objeto de contemplação - evidencia-se em meados de abril

terça-feira, 19 de março de 2013

SOCIEDADE, ESTADO E MÍDIA

 
A decadência educacional brasileira é evidente, pari passu com a decadência ética. Principais atores dessa perda de qualidade contínua: sociedade, estado e mídia. A sociedade por realizá-la na prática vivencial, o estado por oficializá-la na política e a mídia por divulgá-la de uma forma sensacionalista. 
O desconhecimento de Língua Portuguesa é apenas uma das provas de decadência. Sem conhecimento gramatical (sim senhor!), do léxico à sintaxe, e semântico, não há competência para a produção textual séria, que é a expressão oral ou escrita do pensamento. Quem não sabe escrever não sabe pensar (não necessariamente nessa ordem). 
Todos os anos avalio redações de jovens recrutas para um determinado quartel de Santiago. Os selecionados passam a fazer curso para a graduação imediatamente superior (cabo) durante o chamado Período de Qualificação. Nível de todos os candidatos: ensino médio. Minha conclusão é de que as escolas de nossa cidade e dos municípios tributários não ensinam o mínimo indispensável de conhecimento metalinguístico. 
Os critérios para avaliação redacional do ENEM são os seguintes:
1) domínio da norma padrão da Língua Portuguesa;
2) compreensão da proposta de redação;
3) seleção e organização das informações;
4) demonstração de conhecimento da língua necessária para argumentação do texto;
5) elaboração de uma proposta de solução para os problemas abordados, respeitando os valores e considerando as diversidades socioculturais.
Como veem, caros leitores, palavras bonitas (que não refletem a realidade). Simples retórica. 
Lendo as situações em que a redação do participante pode ser zerada ou anulado, transcrevo:
1) não atender a proposta solicitada ou não escrever um texto dissertativo-argumentativo;
2) sem texto escrito na folha de redação;
3) redação com até 7 linhas (discutível, no meu ponto de vista);
4) linhas com cópia dos textos motivadores apresentados no caderno de questão (nunca havia pensado nessa possibilidade);
5) redação com impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação.
O trecho destacado pela notícia no BOL (acima editado), foge completamente da proposta da redação. Não bastasse pertencer ao gênero injuntivo, diferente do que se pede (dissertativo-argumentativo). Isso não parece ser do conhecimento dos avaliadores que deram 560 pontos para o concorrente (a nota máxima de de 1.000). Não apenas o concorrente deveria receber um zero, mas também os dois que o avaliaram. 
O autor da redação é um digno representante da sociedade (de que citei acima como partícipe da decadência educacional). Os avaliadores são representantes do governo, e a notícia destacada pelo site reflete a tendência midiática. 

domingo, 17 de março de 2013

DON QUIJOTE DE LA MANCHA

"El sueño que convierte a Alonso Quijano en don Quixote de la Mancha no consiste en reactualizar el pasado, sino en algo todavía mucho más ambicioso: realizar el mito, transformar la ficción en historia viva.
"El gran tema de Don Quijote de la Mancha es la ficción, su razón de ser, y la manera como ella, al infiltrarse en la vida, la va modelando, transformando.
"La ficción es un asunto central de la novela, porque el hidalgo manchego que es su protagonista ha sido 'desquiciado' - también en su locura hay que ver una alegoría o un símbolo antes que un diagnóstico clínico - por las fatasías de los libros de caballerías."
"Al mismo tiempo que una novela sobre la ficción, el Quixote es un canto a la libertad. Vonviene detenerse un momento a reflexionar sobre la famosísima frase de don Quijote a Sancho Panza: 'La libertad, Sancho, es uno de los más preciosos dones que a los hombres dieron los cielos; con ella no pueden igualarse los tesoros que encierra la tierra ni el mar encubre; por la libertad así como por la honra se puede y debe aventurar la vida, y, por el contrario, el cautiverio es el mayor mal que puede venir a los hombres'.
(Excertos da apresentação escrita por Mario Vargas Llosa para uma edição do quarto centenário de Don Quijote de la Mancha da Real Academia Española.)

sexta-feira, 15 de março de 2013

QUIXOTE


santiago
é minha mancha

sem moinho
de vento

sem romance
de cavalaria

sou quixote
sem sancho

sem lança
e rocinante

com a alma
todavia

quarta-feira, 13 de março de 2013

NOVO PAPA É ARGENTINO


JORGE MARIO BERGOGLIO
(AGORA SIMPLESMENTE) FRANCISCO 

Quem esperava um papa brasileiro errou por pouco, foi eleito um argentino, nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936. 

INIMIGOS MORTAIS

O título acima remete o leitor a vários campos semânticos, da infectologia ao cinema. Ele não necessita ter imaginação prodigiosa para incluir a política, como sendo uma das atividades humanas muito propícia para gerar inimizades. O adjetivo mortais é uma força de expressão,  exceto em se tratando de certos vírus.
Em nenhum momento, todavia, o leitor há de associar a expressão inimigos mortais a dois cardeais do Vaticano: Tarcisio Bertone e Angelo Scola. Ambos são líderes da Igreja Católica, maior religião seguidora de Jesus Cristo, profeta judeu que pregava o amor ao próximo. 
Bertone, segundo a reportagem publicada na revista VEJA, é responsável pela "chapa" que apresenta Odilo Scherer para papa. O carmelengo "está mergulhado até o solidéu em escândalos financeiros e outros de natureza ainda mais mundana". Ele quer eleger um papa e secretário que não vasculhem as sujeiras deixadas por ele. Scola, em contrapartida, quer fazer uma varredura ética no Vaticano.
Quem quer que seja eleito papa, começará seu papado com um inimigo mortal na (s)cola. 

terça-feira, 12 de março de 2013

A CIDADE MAIS LEGAL DO MUNDO

O título acima faz referência a uma reportagem publicada pela Superinteressante deste mês. Berlim é a cidade. "Duas guerras mundiais. Ascensão e queda do nazismo. Um muro divisor por quase 30 anos. Mesmo depois de tanta coisa, Berlim é hoje a capital criativa e cultural da Europa." A jornalista responsável pela reportagem edita o mapa da criatividade:
1) Kreuzberg - É o bairro mais boêmio de Berlim. O mix de imigrantes turcos, estudantes, proletários, punks e artistas fazia parte do charme local, mas a área não fugiu à invasão dos turistas nos últimos anos. Ao redor da Oranienstrabe está o coração da vida noturna local, mas o bairro ainda inclui atrações como o Badeschiff, uma piscina pública flutuante no rio Spree, e as tradicionais feirinhas de comércio turco.
2) Neukölln - De periférico a hip, a tradicional vizinhança de imigrantes e proletários muda a toda a hora. Os estudantes e artistas que queriam fugir dos aluguéis caros em Kreuzberg atravessaram o canal em direção a Neukölnn. Os cafés, bares e galerias de arte ao redor da rua Weserstrabe não estão nem nas fotos do Google Street View tiradas em 2008. As lojas de antiguidades dividem espaço com restaurantes de culinária paleolítica, mercadinhos de comida orgânica e cafés com brunch.
3) Schöneberg - Além do endereço de David Bowie, foi também a vizinhança do escritor Christopher Isherwood, do físico Albert Einstein, do cineasta Billy Wilder e onde nasceu a atriz Marlene Dietrich. Estudantes procuram pelos aluguéis mais acessíveis em comparação com Kreuzberg.
4) Mitte - Quem manda aqui é a chanceler Angela Merkel  e as últimas tendências da moda.Prédios do governo e museus dividem espaço com cafés e galerias. Por muitos anos, Mitte foi o endereço do squat mais famoso da cidade, o Kansthaus Tacheles.
5) Prenzlauer berg - Depois do muro, atraiu muitos jovens e artistas, com aluguéis baratos e apartamentos vazios. O resultado são muitos bares, restaurantes, cafés e lojas. Nos últimos anos, o aumento dos aluguéis causou uma mudança no perfil dos moradores: de jovens estudantes para jovens famílias yuppies (e muitos bebês).
6) Friedrichsain - Também foi tomado por artistas e estudantes após a reunificação. Algumas das baladas mais famosas da cidade também ficam nessa região, como a Berghain, localizada numa antiga usina elétrica. 

Antes da França, Inglaterra, Itália, Holanda, Espanha, Portugal e outros países, quero conhecer a Alemanha. A Alemanha e a Grécia. Um dos motivos do meu interesse está associado à Filosofia (não à arte, tema da reportagem da Super).Grécia e Alemanha, berço e credencial de maioridade filosóficos de nossa civilização.
Em alemão, o "b" em Oranienstrabe e Weserstrabe tem o som de "ss'. O "b" é mais gordo, uma letra que não existe em nosso alfabeto, em nosso teclado. 

domingo, 10 de março de 2013

SERÁ?


ucho! ucho! ucho!...
o papa será gaúcho?

sábado, 9 de março de 2013

JUSTIÇA

O assunto justiça, do que é ao como realizá-la, sempre foi amplamente debatido pelo homem civilizado. 
A República, de Platão, começa com um diálogo em que seus interlocutores buscam uma definição do que seja o justo. No final do Livro I, Sócrates e Trasímaco concluem que a justiça é uma virtude, uma felicidade.
Frequentemente, vê-se pessoas se mobilizarem para pedir justiça.
O filho morre num acidente de motocicleta, há uma demora para o atendimento do médico legista (em falta na cidade), os pais lideram uma passeata pedindo por justiça. Todos os parentes que tiveram um jovem morto em consequência do incêndio na boate Kiss hoje clamam por justiça.
Qual será a justiça para os dois casos acima?
A dor por que passam os reivindicantes é irreparável. Sabemos disso. Não há como aliviá-la, mesmo com a vinda de dez legistas para Santiago, mesmo com a condenação de quem quer que seja em Santa Maria. 
Ao perguntar o que é justiça, de cara, compreendemos que este mundo anda muito carente de felicidade. 

quarta-feira, 6 de março de 2013

QUARTETO ACHADO

Numa folha qualquer de um dos meus cadernos quase jogado no lixo ontem, encontrei o quarteto abaixo, talvez de um soneto inconcluso:

No reino do discurso, pedra bruta,
toda palavra, apenas habilita
o poeta, que (primeiramente) a fita,
passiva, inescrutável, absoluta.

A (meta)poesia do século XX é superior a tudo que se produziu anteriormente (beirando o prosaico), porque faz da própria linguagem conteúdo e forma. 

HISTÓRIA DA FILOSOFIA


4. Na Poética, Aristóteles dá à mimese — arte imitativa — um importante papel tanto para o conhecimento com para a ética-política. Exemplo disto é a definição que ele apresenta de Tragédia em Vi, 1499b. Eis um aspecto que diferencia o estagirita de seu mestre. Tendo em mente tal diferenciação do papel da mimese — principalmente a dos poetas trágicos e homéricos — em ambos os pensadores, apresente uma dissertação de trinta (30) a cinquenta (50) linhas comparando as posições de ambos. (5,0 pontos) 

MÍMESIS – UMA DICOTOMIA FUNDADORA

            Muitas e incontornáveis divergências caracterizam o pensamento de Platão e de Aristóteles, a despeito de pertencerem ao mesmo período clássico da antiga Grécia. Assim ambos são representados pictoricamente por Rafael Sanzio em Escola de Atenas, pintada em 1509, em que Platão aparece apontando o indicador para o alto (mundo ideal, inteligível) e Aristóteles estende a mão para baixo (mundo real, sensível).
            Uma das divergências entre os dois filósofos se evidencia no tratamento dado à arte imitativa, à mímesis. Na obra A República, onde há metafísica, teologia, psicologia, arte, educação, moral etc., Platão é recorrente ao tema da imitação, submetendo-o ao dialogismo no Livro III e no Livro X (neste mais demoradamente). Depois de atribuir três gêneros de narrativas na poesia e na prosa, dentre os quais um inteiramente imitativo (adequada à tragédia e á comédia), a razão socrático-platônica discorre sobre a imperfeição de toda imitação, simulacro de simulacro, concluindo por não permitir que qualquer que seja o imitador permaneça na sua cidade ideal. No entanto, ao admitir uma forma pura de imitação, quando se trata de imitar o bem, Platão submete a estética à moral. Aristóteles, em contrapartida, define a arte como “uma disposição suscetível de criação acompanhada de razão verdadeira” (Ética a Nicômaco, VI). No Livro X, o diálogo entre Sócrates e Glauco é categórico:

Sócrates – E se afirmo que a nossa cidade foi fundada da maneira mais correta possível, é, sobretudo, pensando no nosso regulamento sobre a poesia que o digo.
Glauco – Que regulamento?
Sócrates – O de não admitir em nenhum caso a poesia imitativa.
           
            A arte não está separada da moral: “Sócrates – Tomemos como princípio que todos os poetas, a começar por Homero, são simples imitadores das aparências da virtude e dos outros assuntos de que tratam, mas que não atingem a verdade”.
            O imitador não tem, de acordo com Platão, “nenhum conhecimento válido do que imita”. Isso seria uma premissa falsa para qualquer silogismo aristotélico, cujo pensamento filosófico-científico tinha por base natural os sentidos, o mundo fenomênico, a realidade. Aristóteles começa por dizer da importância das artes de imitação, entre as quais a tragédia. Define-a, no capítulo VI da Arte Poética, como sendo “a imitação de uma ação importante e completa, de certa extensão; num estilo tornado agradável”. A representação dessa ação (por atores) suscita na platéia a compaixão e o terror, o que provoca a purgação (catarse) dessas emoções.
            Segundo Luisa Severo Buarque de Holanda, para Aristóteles “as regras da mímesis poética não derivam do objeto a ser imitado (como pensava Platão), mas do efeito, ou fim desejado pela tragédia”.
            Isso pensado e expresso há mais de dois milênios, sem nada que se lhe assemelhasse até o advento da Psicanálise. Aristóteles, ao contrário de Platão, não funde à moralidade a arte imitativa. Faz desta um objeto de estudo, que ainda constitui um referencial à estética contemporânea.

            No quadro de Rafael (supracitado), não é só a atitude gestual que distingue Platão e Aristóteles. Aquele traz consigo o Timeu, diálogo em que figuram as teorias mais destacadamente metafísicas, versando sobre o demiurgo e as formas inteligíveis; este conduz Ética, em que trata da felicidade humana, sem a “exortação enfadonha de ideias super-humanas” no dizer de Will Durant. 

segunda-feira, 4 de março de 2013

ANO A PLENO

O ano de 2013 ganha novos ares a partir desta segunda-feira. Ares mais frescos, prenunciando a nova estação. Poucas queixas do verão: as sequências de dias quentes não foram longas, alternadas com os ventos brandos e as chuvas. Estas caíram sob medida, para a plantação principalmente. A colheita da soja promete recordes. 
Na companhia do verão (que se despede), vai o carnaval e as férias. Em seus lugares, vem o trabalho e a escola. Infelizmente, ainda sem transporte para os alunos da rede estadual. Não há fundo do poço, onde possa ser colocada a educação, uma vez que ela continua a cair. O fundo é uma força de expressão. O espaço abaixo se abre continuamente.  
Depois da comoção e do luto pelas mortes na boate Kiss, vem o desejo de justiça e a reflexão mais ponderada. Até que enfim, a autocrítica social: imprudência e a cultura da negação; sociedade civil ainda frágil. Isso é o que conclui o primeiro Painel RBS (publicado no ZH de sábado). O descompromisso das pessoas com regras de segurança tende à irresponsabilidade. A culpa do Estado começa dentro de cada indivíduo.
Finalmente, 2013 começa a pleno. Mal na educação, mal na economia (com o ministro Mantega culpando a crise na Europa pelo quase zero crescimento do PIB), mal no trânsito (a despeito das campanhas midiáticas e das leis mais severas), mal na segurança... Bem no clima e na agricultura (já expresso no primeiro parágrafo). 


sábado, 2 de março de 2013

GIBRAN E EU

Aos oito anos, Gibran abre a porta da casa e sai correndo, ante o temporal prestes a desabar. Sua mãe vai atrás e o repreende. A resposta dele é conhecidíssima: "Eu gosto das tempestades".
À semelhança de Gibran, gosto muito de ouvir o vento, de senti-lo contra minha fronte. Gosto de todos os tipos de vento (à exceção do que sopra do Norte em agosto). Também minha mãe gritava para que eu entrasse antes da chuva. 
Hoje amanheceu ventando em nossa cidade. Para celebrar esse fenômeno natural, publico esta postagem.  

sexta-feira, 1 de março de 2013

COM SAUDADE...

Com saudade o amor se espiritualiza, ganha uma dimensão que ultrapassa os limites da realidade (não mais inocente). Passado e futuro se fundem ao presente, dando ao tempo a ubiquidade do sonho, onde a lembrança e o desejo perdem suas referências. Em volta daquele que ama (com saudade), as coisas adquirem uma leveza antes não experenciada. A aparente "falta de chão" em que ele anda decorre do dilatamento do espaço, determinado, por sua vez, pela expansão temporal. Como fio de Ariadne, as palavras o levam à pessoa amada. Independentemente do meio e do gênero textual, elas diminuem a distância de espaço e de tempo.