quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

SUBJETIVIDADE ILIMITADA

Depois de Nicolau Copérnico, até a Igreja Católica foi obrigada a aceitar que a Terra gira em torno do Sol. Os cientistas, posteriormente, mediram o tempo que durava a volta completa (ano) com exatidão. Um decreto político da Roma Antiga, sem qualquer fundamento científico, determinou que o início do ano coincidisse com o 1º de janeiro. Antes de ser assim decretado, o ano se iniciava no dia 1º de março (o que é facilmente comprovado pelo nome dos meses de setembro em diante, cujos radicais indicam, respectivamente, sete, oito, nove e dez, ao invés de nove, dez, onze e doze). Dessa forma, objetivamente falando, o que há de correto no ano é a duração do movimento translacional. O 1º do ano é uma mera convenção cultural da civilização com origem judaico-greco-romana. O nosso calendário está cheio de erros, o que não impede sua sacralizada observância. A passagem de um ano para outro já se transformou no maior rito do mundo contemporâneo. O senso comum considera tal passagem uma espécie de portal  que o conduz a uma transformação de vida. Subjetividade ilimitada. Ilusão pura.

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