CARTA ABERTA AOS MEUS
PARENTES
ESQUERDISTAS
Esta carta se endereça aos
meus parentes que, por um motivo obscuro, preferem se filiar à esquerda, ao
socialismo, ao comunismo, malgrado a comprovação histórica de fracasso desse
espectro político (do qual a debacle soviética constitui seu exemplo mais
irrefutável). Ludwig von Mises atribui à ignorância, à inveja e ao ódio essa
sanha anticapitalista, que contradiz, a propósito, o modus vivendi abertamente
capitalista em que vivem todos.
Minha proposta é de
pedir-lhes uma tarefa simples: abrir o Manifesto do
Partido Comunista, página 50 (ou em torno
de), e ler as medidas de Marx e Engels para o advento de um mundo melhor. Certamente,
vocês já realizaram uma leitura atenta do conteúdo comunista dos pensadores supracitados,
a compartilhar com cada uma de suas premissas.
Eis a relação de medidas que
foi publicada no Manifesto do Partido Comunista, em 1848, fomento de revoluções em diversos pontos do planeta, com
a construção de estados totalitários:
1. Expropriação da
propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesas do Estado.
2. Pesado imposto
progressivo.
3. Abolição do direito de
herança.
4. Confiscação da propriedade de todos os
emigrantes * e rebeldes.
5. Centralização do crédito
nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e
monopólio exclusivo.
6. Centralização do **
sistema de transportes nas mãos do Estado.
7. Multiplicação das
fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento
dos terrenos de acordo com um plano comunitário.
8. Obrigatoriedade do
trabalho para todos, instituição de exércitos industriais, em especial para a
agricultura.
9. Unificação da exploração
da agricultura e da indústria, atuação com vista à eliminação gradual da
diferença *** entre cidade e campo.
10. Educação pública e
gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas
na sua forma hodierna. Unificação da educação com a produção material, etc.
À exceção da última medida,
cujas metas o capitalismo evolui continuamente para atender melhor do que seu
sistema de economia antagônico, pergunto-lhes se concordam com os disparates
enumerados na citação acima.
Para esclarecimento (tema bem
dissertado por Kant), limito-me a analisar a primeira medida: “expropriação da
propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesa do estado”.
Com expropriação proposta, como a terra produziria rendas para o estado? O
estado teria que depender de pessoas físicas ou jurídicas que trabalhassem na
terra ou que a explorassem sem a produção de riqueza para essas pessoas.
Quem pagaria o “pesado
imposto progressivo” – expresso na segunda medida?
Uma Europa comunista,
coerente com a medida 4, não daria refúgio a tantos emigrantes africanos e
asiáticos como o faz nestes dias a Europa capitalista. A propósito, quais
seriam os “rebeldes”?
Involuntariamente,
ultrapassei o proposto na medida 1, traído pela indignação de ver o absurdo
fazer tantos adeptos. Neste aspecto, penso que os parentes entenderão minha
intenção honesta, cujo grau de alteridade não pode ser refutado pelo direito
que cabe a cada um de vocês.
Um abraço a todos!
Curitiba, 6 de outubro de
2019.
Froilam de Oliveira
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