No capítulo Sobre a redistribuição pós-moderna do sexo: a História da sexualidade, de Foucault, revisitada, Bauman escreve acerca de uma transformação dos nossos dias: "O desemaranhamento do sexo do denso tecido de direitos adquiridos e deveres assumidos. Nada retém melhor esse aspecto do que os conceitos de "sexualidade plástica", "mero relacionamento" e "amor confluente", todos cunhados por Antony Giddens. Nada resulta do encontro sexual, salvo o próprio sexo e as sensações que acompanham o encontro; o sexo, pode-se dizer, saiu da casa familiar para a rua, onde apenas os transeuntes acidentais encontram quem - enquanto encontram - sabe que mais cedo ou mais tarde (antes mais cedo do que mais tarde) seus caminhos são obrigados a se separar novamente. Como Henk Kleijer e Ger Tillekens resumiram a nova situação, 'as práticas sexuais não unidas pelo dever, mas pelo prazer, são exportadas para o domínio entre a casa e o local de trabalho'. Somos tentados a tomar por hipótese que testemunhamos o DIVÓRCIO ENTRE SEXO E FAMÍLIA, semelhante ao divórcio entre família e o negócio, detectado por Max Weber como um dos principais processos constitutivos do início da modernização".
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