AMANHÃ, ÀS
VÉSPERAS de uma manifestação nacional (para que exatamente?), comemora-se o DIA
DA POESIA. A data remonta ao nascimento de CASTRO ALVES, poeta da última
geração de românticos.
Por que não comemorar CASTRO ALVES? Por que não declamar
estrofes de NAVIO NEGREIRO?
Dia da poesia é todo dia - para quem é poeta.
No
dia do nascimento de Olavo Bilac, declama-se Bilac. No dia do nascimento de
Manuel Bandeira, declama-se Bandeira. E assim por diante, incluindo os grandes
poetas de nossa Literatura.
Mesmo que a hora não seja propícia, há tempo para a
poesia.
Para os leitores deste blog, transcrevo um soneto do poeta baiano:
Último fantasma
Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso,
que te elevas da noite na orvalhada?
Tens a face nas sombras mergulhada...
Sobre as névoas te libras vaporoso...
Baixas do céu num voo harmonioso!...
Quem és tu, bela e branca desposada?
Da laranjeira em flor a flor nevada
cerca-te a fronte, ó ser misterioso!...
Onde nos vimos nós?... És doutra esfera?
És o ser que eu busquei do sul ao norte...
Por quem meu peito em sonhos desespera?...
Quem és tu? Quem és tu? - És minha sorte!
És talvez o ideal que est'alma espera!
És a glória talvez! Talvez a morte!...
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