segunda-feira, 7 de abril de 2014

O ÚLTIMO DEGRAU

QUEM desce ou sobe escada todo dia, no edifício em que reside ou trabalha, sabe que é necessário atentar para o último degrau. A menor distração no último degrau pode provocar dois acidentes: pisar em falso (descendo) ou tropeçar (subindo). O primeiro, via de regra, tem consequências mais graves. 
Sempre que possível, recomendo aos meus conhecidos maior cuidado com o último degrau. Esse cuidado nada mais significa que estar consciente no momento em que se desce ou se sobe uma escada. 
Mesmo que seja anti-higiênico, descida e subida devem ser realizadas com uma das mãos segurando o corrimão. O sentido da visão precisa estar focado nos degraus que antecedem o último, principalmente se houver escassa iluminação.
Já fui testemunha de gente torcendo ou quebrando o pé, batendo a cabeça, sofrendo outras lesões. Não é só por isso, todavia, que passei a me preocupar com o último degrau. Gosto de me antecipar aos problemas, obviamente para evitá-los. 
Dessa forma, ampliei o significado do último degrau para os mais diversos âmbitos da realidade, onde há risco de acidente (por falta de atenção). O dirigir um automóvel, por exemplo, compara-se a transpor uma escada, cujo último degrau é cada vez mais perigoso à medida que aumenta a velocidade. Outro exemplo (ligado ao trânsito): a faixa de segurança é o último degrau, para condutor e pedestre. 
O último degrau é válido até para o jornalista/articulista, que interpreta os fatos ou emite uma opinião. Ambos correm o risco de falsear a verdade. 

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