domingo, 29 de abril de 2012

POR QUE PSEUDOAMBIENTALISTA?

Em postagem abaixo, usei o termo pseudoambientalista. A negação prefixal pressupõe a diferença que se estabelece entre a teoria e a prática, entre o ideal e a realidade. Todo o ambientalista constitui-se numa contradição em si mesmo. O simples fato de respirar o torna um emissor de dióxido de carbono, como as rochas aquecidas, os vulcões, os automóveis, as indústrias etc. A parcela insignificante que ele emite pode ser multiplicada por sete bilhões, os quais se somam aos demais seres que sobrevivem graças a essa transformação química. O oxigênio consumido pela biosfera não altera a taxa desse elemento existente na natureza, mas aumenta a de dióxido de carbono, cuja reciclagem diminui progressivamente com a menor capacidade fotossintética do planeta. Se o exemplo não é suficiente, cito outro: o indivíduo com ideias boas sobre o meio ambiente também se alimenta, caso contrário morreria de inanição. Pois bem, tudo o que ele põe na boca exige uma agressão ambiental para ser produzido. Excluo, por enquanto, o consumo da água (que merece uma consideração à parte). Independentemente se é vegetariano (qual o filósofo Peter Singer) ou comedor de carne (à maneira dos gaúchos), ele faz parte de um grande processo de agressão ambiental que existe há dez mil anos, desde que o homem começou a produzir grãos ou domesticar animais. A roça ainda não foi de todo abandonada, geralmente feita nas encostas, às margens de algum curso d'água. A engorda do gado inclui a prática de ampliação das pastagens, com a consequente diminuição dos bosques, matas e florestas. A condição vegetariana apenas não pactua com o sofrimento dos animais, mas exige que se redobre a produção de grãos, que ainda se utiliza de animais para trabalhos pesados, como arar a terra e transportar a colheita. Depois de milênios, a tecnologia automotora está substituindo espécies domesticadas para esse trabalho duríssimo (realizado, repito, há dez mil anos). A produção do arroz, por exemplo, prato de todo vegetariano (daqui e da China), continua causando males ainda não calculados, como a exaustão dos lençóis freáticos (agora incluindo a água). Os danos ambientais provocados pelos arrozeiros, de que somos testemunhas vivas, são evidentes. Assim como o arroz, todas as outras culturas requerem um processo de degradação, principalmente com o solo (erosão e salinização). Mas  o pseudoambientalista não necessita apenas de ar, água, carboidratos e proteínas para sobreviver. Ele necessita de roupas, de casa, de energia (incluindo a lenha para sua lareira), de automóvel e um milhão de coisas mais. Suas ideias vão de encontro ao próprio modus vivendi

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