No livro Colapso, Jared Diamond começa perguntando "como pode uma sociedade outrora tão pujante entrar em colapso". Entre as sociedades que tiveram esse destino trágico, o biólogo e fisiologista cita anasazi e cahohia (continente norte-americano), as cidades maias (América Central), mochica e Tiahuanaco (América do Sul), Grécia Miceniana e Creta Minoica (Europa), Grande Zimbábue (África), Angkor Wat (vale do Indo) e ilha de Páscoa (Pacífico). Algumas delas desapareceram em razão do esgotamento (ou destruição) dos recursos ambientais de que dependiam para sobreviver. Segundo Diamond, cometeram "suicídio ecológico não intencional". Ele divide em oito categorias os processos que levaram à tamanhas decadências: desmatamento e destruição do hábitat; problema com o solo (erosão, salinização e perda de fertilidade); problemas com o controle da água; sobrecaça; sobrepesca; efeitos da introdução de outras espécies sobre as espécies nativas e aumento per capita do impacto do crescimento demográfico. Colapsos atuais: Somália, Ruanda e outras nações do Terceiro Mundo. Quatro novas ameaças se somam as oito já citadas: mudanças climáticas, acúmulo de produtos químicos tóxicos no ambiente, carência de energia e utilização total da capacidade fotossintética do planeta. O cientista pensa que essas ameaças se tornarão críticas em âmbito mundial nas próximas décadas, cujos efeitos poderão minar inclusive as sociedades do Primeiro Mundo. Não basta mais conscientização, tecnologia poderosa, globalização, medicina moderna e maior conhecimento. Tudo o que nos difere de sociedades do passado, que nos poria em menor risco. Outros aspectos nos colocam em maior risco: tecnologia poderosa, globalização (de modo que um colapso na Somália afeta também os EUA e a Europa), dependência que milhões de indivíduos têm da medicina, população maior... A propósito, não consigo imaginar os EUA entrando em colapso (sem arrastar os demais países).
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