Um poeta, certa vez, escreveu um poema de amor, e este era belo. E ele tirou muitas cópias e as enviou aos seus amigos e conhecidos, homens e mulheres, e até a uma jovem com quem só se havia encontrado uma vez, e que vivia além das montanhas.
E, em um dia ou dois, veio um mensageiro da jovem trazendo uma carta. E a carta dizia: 'Deixa-me dizer-te, estou profundamente comovida pelo poema de amor que escreveste para mim. Vem logo, fala com meu pai e minha mãe, e tratemos dos preparativos para as bodas'.
E o poeta respondeu à carta, dizendo à moça: 'Minha amiga, isso não era senão um poema de amor saído do coração de um poeta, dito por qualquer homem para qualquer mulher'.
E ela escreveu-lhe novamente, dizendo: 'Hipócrita e mentiroso em palavras. De hoje até o dia do meu enterro, odiarei todos os poetas por tua causa'.
(Extraído do livro Parábolas, de Gibran Khalil Gibran.)
Às vezes, vejo a mim como o poeta de Gibran (em relação à própria poesia, não ao amor). Santiago é uma moça romântica.
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