Ao ler uma antologia de Mário Quintana, edição da L&PM(1997), estranhei um termo empregado em Dedicatória:
Quem foi que disse que eu escrevo para as elites?Quem foi que disse que eu escrevo para o bas-fond?
...
O poeta inseria termos do inglês e do francês em seus poemas. Dessas línguas, traduziu grandes romancistas, como Virgínia Woolf e Marcel Proust.
O uso de estrangeirismos (galicismo, no caso acima) foi considerado um vício de linguagem pelos puristas (uma contradição se tomarmos a formação étnica brasileira como referência).
O uso de estrangeirismos (galicismo, no caso acima) foi considerado um vício de linguagem pelos puristas (uma contradição se tomarmos a formação étnica brasileira como referência).
Meu estranhamento se refere ao significado. Nunca estudei francês.
Digitei bas-fond no Google:
- parte do fundo do mar ou de um rio onde a água é pouco profunda;
- terreno baixo;
- vão, fundo, ravina;
- bas-fonds pl. fig. camadas miseráveis e moralmente degradadas da sociedade.Fui ao Dicionário Houaiss:
- parte da população que vive à margem da sociedade;
- ralé;
- área de uma cidade marcada pela prostituição.
Houaiss não distingue o termo entre singular e plural, entre referencial e figurativo. A língua é dinâmica - já me dizia um professor curitibano nos anos oitenta.
Mário Quintana empregou bas-found (no singular), como oposto de elites. Não se trata, portanto, de um erro cometido pela pessoa que organizou a antologia.
- parte da população que vive à margem da sociedade;
- ralé;
- área de uma cidade marcada pela prostituição.
Houaiss não distingue o termo entre singular e plural, entre referencial e figurativo. A língua é dinâmica - já me dizia um professor curitibano nos anos oitenta.
Mário Quintana empregou bas-found (no singular), como oposto de elites. Não se trata, portanto, de um erro cometido pela pessoa que organizou a antologia.
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