domingo, 22 de março de 2009

DIA MUNDIAL DA ÁGUA


Cedo aprendemos que a matéria se apresenta em três estados: sólido, líquido e gasoso (diferenciados, principalmente, pela quantidade e arranjo das partículas elementares em cada substância). Mais tarde, estudando o Sol, ensinam-nos sobre um quarto estado, o plasma, com os átomos completamente ionizados (sem elétrons). Na Grécia antiga, os estudiosos se debatiam para encontrar a substância fundamental que constitui o universo apreendido pelos sentidos. Não obstante as controvérsias, o consenso apontou para estes quatro princípios básicos: água, terra, ar e fogo. Tales de Mileto, o primeiro filósofo da nossa civilização, considerava a água a origem de todas as coisas. Essas quatro substâncias são, respectivamente, hipônimos dos estados físicos. Sabemos que o Sol é constituído por gases (fotosfera) e plasma (camadas interiores). Ele concentra, aproximadamente, 98% (noventa e oito por cento) de toda a massa existente no sistema. Em volta dessa estrela, encontram-se os pequenos planetas rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. A seguir, vem os gigantes gasosos: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Em Júpiter, por exemplo, caberiam mil planetas como a Terra. Depois de expor tudo isso, é inevitável a seguinte indagação: ONDE ESTÁ O LÍQUIDO (A ÁGUA)? O senso comum responderá prontamente: em todos os rios, lagos, mares, oceanos e continentes polares. Os sentidos, principalmente o da visão, sempre consideraram que há mais água do que terra em nosso planeta. Uma ingênua, irresponsável e agora nefasta ilusão! Toda a água existente não passa de uma película sobre os elementos sólidos da Terra.
Pensem no que acabo de escrever neste dia Dia Mundial da Água.
Para cumprir com a promessa de dar evidência à poesia, à bela arte da palavra, tomo a liberdade de transcrever um poema de Alessandro Reiffer. A propósito, sou um admirador desse gênero muito bem produzido pelo poeta santiaguense.

Águas do Fim

águas em marcha
fúnebre
águas de março
seco
águas alvas
brancas
águas claras
de espuma: de ter gente
águas belas?
águas plásticas
chuvas ácidas
gotas trágicas

água da vida?
água da morte
dá medo
dá peste
e morre

a humanidade
e a água:
perdida
acabada.
e o que tu fazes?
fezes,
sem mágica...
e que água que resta?
a Lágrima.

Um comentário:

Al Reiffer disse...

Obrigado, Froilam, pela publicação em teu blog de meu poema. Soube do fato agora mesmo, ao vir conferir os novos textos de teu blog. Abraços!